Facebook 8 horas

Comunicação Não Violenta – conheça os benefícios

comunicação não violenta disciplina positiva parentalidade positiva cnv inteligência emocional

A comunicação não violenta (CNV) propõe uma nova forma de expressar nossos desejos e necessidades, optando por um caminho conciliador e pacífico. Essa linha de pensamento tem apoio em pesquisas e experiências do idealizador, o psicólogo Marshall Rosenberg, que vivenciou os benefícios de investir em uma comunicação mais empática (o que não necessariamente significa uma comunicação amorosa, que pode manipular ao invés de observar e respeitar o outro).

Sendo assim, a CNV vem sido colocada em prática desde a década de 1960 e o trabalho do pesquisador ganhou relevância ao tornar escolas americanas receptivas a brancos e negros, ajudando a combater a segregação racial. Bem, a comunicação não violenta é um modo de expressar que prioriza o fortalecimento de laços e a continuidade de bons relacionamentos pessoais

A CNV não é, ou pelo menos não deveria ser, algo complexo e cheio de regras. E nesse blog vamos discutir mais sobre como tornar esse tipo de comunicação parte do nosso dia a dia.

Bora?

Comunicação não violenta – De dentro para fora

Comunicação é um ato de repartir, distribuir. Portanto precisamos estar atentos ao que propagamos quando nos comunicamos com outras pessoas, pois podemos nos conectar com ou desconectar delas.

Desse modo, comunicação não violência tem como propósito não causar danos ao outro. Pode estar em algo que dizemos ou fazemos; ou em algo que não dizemos ou não fazemos. A violência em nossa comunicação pode estar em algo que não foi dito e promover a desconexão do outro conosco. 

Podemos nos comunicar de maneira violenta mesmo utilizando um tom de voz suave e amoroso, manipulando o outro para atingir algum objetivo ou resultado que seja interessante para nós.

Como praticar a comunicação não violenta?

Para começarmos a praticar a comunicação não violenta precisamos pensar primeiramente em como nos comunicamos conosco.  Para depois conseguir verdadeiramente nos comunicar com o outro de forma não violenta.

Afinal, é importante nos perguntar o quão violentos somos conosco? Criticando, julgando e violentando a nós mesmos em pensamentos, falas e discursos (internos e com outras pessoas). Por isso, precisamos praticar conosco primeiro e, para isso, é necessário praticar o autocuidado e autoconhecimento. Assim incorporamos verdadeiramente a CNV e ela se tornará mais fácil de ser colocada em prática. Quando geramos em nós desamor e desrespeito é isso que transparecerá em nossa fala. 

Para a prática da CNV é primordial termos consciência de como nos comunicamos conosco e depois com o outro. A ideia por trás da comunicação não violenta é comunicar de maneira clara nossas próprias necessidades e observar, através da comunicação do outro as necessidades que estão por trás. Porém, como constantemente não nos observamos ou identificamos nossas necessidades,  como é possível expor nossas necessidades e comunicá-las ao outro? Como identificar a necessidade do outro? Por isso o autoconhecimento é um caminho essencial para praticarmos a CNV em nosso dia a dia de maneira mais fluida e sem grandes esforços.

Autocuidado e auto-observação são o caminho.

Não tem como nos comunicarmos de maneira assertiva sem auto-observação. Se não atendemos nossas necessidades, usamos nosso poder sobre o outro, gerando violência. Esperamos que o outro responda às necessidades que nós mesmos sequer identificamos. E isso leva a uma desconexão conosco e com o outro. Quando conseguimos nos observar, aí sim conseguimos observar verdadeiramente o outro. Quando anulamos nossas necessidades, não as enxergamos esperamos que o outro, especialmente nossos filhos as atendam, assim acabamos anulando as necessidades de nossos filhos, perpetuando o ciclo de violência transgeracional.

Portanto precisamos sempre nos questionar: O que está por trás de nossos comportamentos? O que precisamos de verdade? Quais necessidades não observamos? Cansaço, fome, preocupação, ansiedade, medo…A ideia não é modificar e manipular o outro para conseguirmos o que precisamos, mas nos observarmos para atender nossas próprias necessidades, tirando do outro essa responsabilidade e tornando a comunicação mais leve e, consequentemente, menos violenta.

Inteligência emocional na comunicação não violenta

Para a comunicação não violenta funcionar, é fundamental seguir os seus pilares. Sendo assim, a técnica é baseada em competências de linguagem e comunicação que auxiliam na reformulação da forma como cada pessoa se expressa e ouve os demais.

A CNV mostra que as respostas a estímulos comunicacionais deixam de ser automáticas e repetitivas e passam a ser mais conscientes e baseadas em percepções do momento. Por meio da observação de comportamento e fatores que têm influência sobre cada um.

Para que a comunicação não violenta ocorra, é necessário se concentrar em quatro componentes:

Observação

É preciso observar o contexto em que a comunicação se insere, sem criar um juízo de valor, separando o que observamos daquilo que avaliamos ou julgamos. 

Sentimento 

Observar o que estamos sentindo ao receber a comunicação do outro, nos vulnerabilizando verdadeiramente para conseguirmos resolver os conflitos. É importante nomear o que se sente, por exemplo, mágoa, medo, felicidade, raiva, entre outros, trocando o “o que eu acho” por: “como eu me sinto realmente”.

Necessidades 

Uma vez observado o sentimento que veio à tona com a comunicação, é preciso observar quais as necessidades não atendidas estão por trás. Quando, o que expressamos em nossa comunicação, é nossa necessidade REAL, as chances de sermos atendidos aumenta significativamente.

Pedido 

Por fim, identificados os sentimentos e necessidades, é importante fazermos o pedido de forma clara e positiva, em forma de uma afirmação. E caso tenha dúvidas se o receptor entendeu o que foi dito, peça a ele para repetir o que entendeu.

Esses 4 passos são importantes, mas sempre utilizados em conjunto com a auto-observação e autoconhecimento, para que não retornemos aos automatismos e violências. É preciso ressaltar que esses passos são internos, não um modelo de construção de frase e que a CNV não deve ser resumida neles.

A comunicação não violenta reside no espaço entre o estímulo e a resposta, ou seja, no espaço entre a informação que recebemos e como reagiremos a ela. Essa pausa é imprescindível para sairmos da nossa resposta automática. Quando entendemos que a CNV se inicia primeiro em nós, em como nos comunicamos conosco, esse espaço, pausa, significa liberdade: se somos reativos na comunicação somos carentes de liberdade (em relação a nós mesmos: de nos julgar, nos criticar, nos violentar). O espaço nos permite assentar, assimilar e ser mais assertivos ao nos comunicar, não cedendo aos automatismos dos gatilhos gerados na comunicação.

mulher segurando autofalante enquanto faz sinal de parar com a mão em uma postagem sobre comunicação não violenta

O que significa a NÃO VIOLÊNCIA?

A não violência significa que não existem inimigos, quando vemos que o outro não faz nada para nos desorganizar emocionalmente. Esses gatilhos, a desorganização é nossa: nós que permitimos (ou não) que o outro nos desorganize. Significa também um estado mais elevado de viver no qual conseguimos verdadeiramente expressar o amor. Portanto, quando praticamos a CNV em sua essência, de dentro para fora de nós, nossos inimigos nos devolvem amor. 

Pois, ao compreendermos que nós permitimos que o outro nos desorganize, a depender de nossas próprias necessidades não atendidas, conseguimos nos organizar e reconhecer nossas próprias dores e limitações. Quando tratamos nosso “inimigo” com amor e, nesse estado mais elevado, eles “viram” nossos amigos.  Pois, nossos inimigos nada mais são que aqueles que nos mostram algo que nos incomoda e somos nós que os colocamos nesse lugar. Precisamos sempre ter em mente que a violência do outro é sobre a dor do outro e não sobre nós.

Como respondemos às situações depende do nosso estado e não do que o outro fez ou deixou de fazer efetivamente. Por exemplo: quando temos um encontro com um amigo e a ele se atrasa, podemos criar diversos cenários no qual o amigo não nos respeita, não tem compromisso, dentre outros e alimentar em nós o sentimento de raiva. Ou podemos aproveitar o tempo de atraso para colocar outras atividades em dia, ler um trecho de livro ou ouvir música e, quando o amigo chegar, estaremos bem e prontos para sermos mais amorosos.

Empatia é a chave

A comunicação não violenta assume que todos compartilham necessidades humanas básicas, e que cada uma de nossas ações são uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades. É através dessa abordagem que podemos enxergar de maneira empática, as necessidades e dores das pessoas que nos relacionamos, uma vez que permitimos que o outro nos entenda e mostre o que está acontecendo dentro dele.

Todas as nossas ações envolvem a tomada de consciência interna (do que está acontecendo dentro de você) e externa (o que está acontecendo com o outro) e depois disso, tentar resolver o que precisa ser resolvido dos nossos conflitos. Já falamos dos passos a serem observados na CNV e isso é importante para que tenhamos conversas mais saudáveis e menos agressivas.

A auto-observação é o primeiro passo. Observe suas ações ou falas e observe também o próximo. Preste atenção como suas palavras e ações impactam no outro, gerando conflitos. Após observar os pontos de conflito, volte para si mesmo e identifique os sentimentos que estão sendo aflorados dentro de você a partir das atitudes da outra pessoa.

Depois, identifique as necessidades geradas pelos sentimentos. Se sentiu frustrado? Qual necessidade que não foi atendida e que gerou essa frustração? E, por fim, atenda às nossas necessidades e faça um pedido deixando claro as necessidades que desejamos que sejam atendidas.

Quando falamos sobre fortalecimento de laços e de bons relacionamentos, também estamos nos referindo a educação positiva e a criação com Apego Seguro. Ambos os conceitos preconizam a comunicação não violenta e tem o objetivo considerar e relacionar com todos de forma respeitosa, observando e atendendo necessidades.

Educação positiva e comunicação não violenta

A comunicação não violenta tem como propósito criar uma qualidade de conexão de forma que as necessidades de todos sejam atendidas de forma compassiva, que é também a base para uma relação de Apego Seguro. E o olhar compassivo vem de um olhar compassivo conosco.

Quando vivenciamos diariamente a autocrítica, geramos em nós: ansiedade, predisposição à depressão, compulsões, automutilação, autodestruição. Se não aprendemos a atender nossas necessidades, nos mantemos no ciclo de violência. E isso se manifesta em nossa comunicação com nossos filhos. É importante nos conhecer, amar e cuidar para nos conectarmos com nossos filhos. Eles percebem o desamor em nossa fala, mesmo que falemos de maneira carinhosa. Eles percebem nossas manipulações e inverdades. Por isso o autoconhecimento e o autocuidado são imprescindíveis para nos relacionarmos com nossos filhos de forma honesta, carinhosa e verdadeiramente respeitosa.

Veja também: o que é educação positiva?

Quando praticamos a autocrítica estamos desconectados de nossa própria vulnerabilidade e da do outro. Se não podemos errar, os outros (nossos filhos) errarem é inaceitável. E nossa linguagem torna-se automática e violenta para com eles: comparando, julgando, criticando, diagnosticando ou colocando rótulos:  chorão, burro, preguiçoso, inteligente, bonzinho, bagunceiro…não conseguimos observar suas necessidades.

É urgente priorizarmos não violentar. Buscarmos criar qualidade de conexão para que as necessidades de todos sejam satisfeitas de maneira afetuosa, nossas e de nossos filhos, praticando uma linguagem consciente e compassiva. Precisamos extrapolar, buscar compreender o que foi dito, o que está por trás de cada comportamento de nossos filhos, gerar conexão com nossa experiência e com a deles. E para que isso seja possível, é necessário termos cada vez mais autoconsciência e autorregulação, aprendendo não apenas a identificar os sentimentos e necessidades, mas lidar com eles de forma saudável. Dessa forma nos tornamos referência de inteligência emocional para nossos filhos, os ensinando na prática e conseguiremos ser apoio quando eles precisarem de regulação emocional.

Quando não observamos e atendemos nossas necessidades, não observamos e atendemos a de nossos filhos e elas são suprimidas, se transformando em desejos e gerando vazios emocionais. E, quando adolescentes e adultos, buscamos que o outro preencha esses vazios e atenda nossas necessidades, levando a compulsões e vícios e perpetuando o ciclo de violência transgeracional.

A comunicação não violenta (CNV) é sobre nós.

A CNV trata-se de identificar nossas necessidades, para sermos claros a respeito delas em nossa comunicação e assim conseguirmos também enxergar e atender as necessidades do outro, de nossos filhos. É um modelo de consciência: de mim e do outro.

Ao praticarmos verdadeiramente a CNV, conseguimos “limpar” a mensagem de ruídos, observando e escutando os sentimentos e as necessidades que o outro quer me comunicar e que eu quero comunicar ao outro. Dessa forma, mesmo quando se comunicarem conosco de maneira violenta, conseguiremos retribuir com acolhimento e amor. Devolvemos ao outro a humanidade.

Quer saber mais sobre comunicação não violenta, disciplina positiva, parentalidade positiva e inteligência emocional? Entre em nosso blog.

Siga a 8 Horas.

 

Inteligência Emocional – Curando sua criança interior

inteligência emocional, criança interior, cnv, educação positiva, apego seguro

A inteligência emocional é a capacidade de administrar emoções e usá-las a seu favor, além de compreender as emoções das outras pessoas, construindo relações saudáveis, fazendo escolhas conscientes e adquirindo uma melhor qualidade de vida.

Quem tem inteligência emocional sabe pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, sem deixar que as emoções controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar traumas e doenças psicossomáticas.

Nessa postagem vamos falar sobre a inteligência emocional e sua conexão com o processo de cura da criança interior.

Criança interior – Apego seguro

Existem 5 pilares da inteligência emocional: autorresponsabilidade, percepção das emoções, gerenciamento das emoções, foco e ação.

Cada um desses pilares tem uma grande importância no desenvolvimento da inteligência emocional. Esses pilares nos ajudam a assumir a responsabilidade pelos acontecimentos da vida, reconhecer as emoções humanas, conscientizar sobre a resposta emocional diante das emoções, determinar o foco e a capacidade de focar em aspectos positivos da vida e ação para enfrentarmos o medo, tristeza e raiva.

As reações automáticas são vivenciadas tanto por nós adultos, quanto pelos nossos filhos. São demandas naturais que podem se transformar em problemas para os pais e a causa pode ser a própria resposta dos pais a algumas situações rotineiras.

As crianças, diante de algumas situações, se fecham, sentem culpa, gritam, jogam coisas e batem portas. É a resposta emocional delas diante de algo que deixou uma ferida.

Os pais podem ensinar aos filhos como desenvolver sua inteligência emocional e a canalizar suas emoções. E é importante que aprendam a se controlar e que sejam empáticos com os outros, mas, e se os pais ainda estão presos no sonho infantil de aprovação como filhos(as)?

É importante saber que quanto mais amorosos e respeitosos, mais assertivos seremos com a construção da autoestima de nossos filhos. Para que isso aconteça é preciso ressignificar nossa infância. Conhecer nossas dores e trazer para a consciência para que elas não nos dominem inconscientemente.

Dar para os filhos o que não recebemos é difícil. Nossos pais fizeram o que puderam e o que estava ao alcance deles. É importante reconhecer nossas necessidades e promover um ambiente compreensivo para nossos filhos.

Usar e abusar do apego seguro, da comunicação não violenta (CNV) e da educação positiva e passar para os nossos filhos a segurança necessária que eles precisam para desenvolver uma inteligência emocional e para eles aprenderem a lidar os diferentes tipos de emoções e sentimentos.

Comunicação não Violenta (CNV) e o apego seguro

São vários os benefícios da inteligência emocional na cura da criança interior. Ela ajuda no aumento da autoestima e da autoconfiança, diminui os conflitos em relacionamentos interpessoais, aumenta o nível de comprometimento com metas da sua vida, melhora o senso de responsabilidade, enriquece o relacionamento interpessoal, o equilíbrio emocional, a superação de barreira, entre outros.

Todos esses fatores são importantes para você e para os seus filhos. Existem determinadas situações que podem nos ajudar a perceber quando uma criança está amadurecida emocionalmente. As birras, por exemplo, são típicas por volta do dois anos de idade. Mas quando isso se prolonga, sabemos que existe um problema, na criança, em controlar suas emoções.

Cabe aos pais ensinarem isso aos seus filhos. Isso pode ser feito através da CNV, do apego seguro, da educação positiva. Manter um ambiente livre de inseguranças e de conflitos é importante.

O desenvolvimento da inteligência emocional das crianças requer o apoio emocional dos pais e que os pais se dediquem tempo aos seus filhos para atender às suas necessidades emocionais. Valide sua dor, escolha uma nova reação. Todos sentimos dor de uma ferida do passado.

Saiba mais sobre a semana da criança interior no nosso site, Instagram e blog.

Terrible Two – Saiba mais sobre essa fase

 

terrible-two-saiba-mais-sobre-essa-fase

Você já ouviu falar daquela fase em que a criança se torna bem difícil? Sim, aquela dos dois anos de idade. Conhecida, também como Terrible Two, a crise dos terríveis dois anos faz menção a um fase em que a criança está deixando de ser bebê, mas ainda não tem a inteligência emocional de uma criança mais velha.

Entre choros e birras, essa fase precisa de compreensão dos pais e nós temos algumas dicas sobre como lidar com o Terrible Two utilizando da criação com apego e educação positiva.

Desde já indico uma literatura imperdível, que nos prepara para cada fase de desenvolvimento da criança: Já tentei de tudo!

 O que é Terrible Two

  O Terrible Two é uma fase em que aquele bebê carinhoso, sossegado, que só faz caretas e que os pais derretem, passa a se sentir capaz em demonstrar suas necessidades e LUTAR por elas.

A tão desejada autonomia chega aos poucos e fica muito representativa nesta fase. Normalmente a criança começa com birras, gritos e choros incessantes.

Mas, o porquê isso acontece? E como utilizar do apego seguro para lidar com essas situações?

Como lidar com esse tipo de comportamento? Criando com apego pode ser uma saída. Afinal, o apego seguro não fala sobre a compreensão, a empatia, o atendimento às necessidades da criança? Vamos às dicas!

Terrible Two: como lidar com essa fase?

 Crianças gostam de rotinas. Elas gostam de um dia-a-dia estruturado para poderem antever e saber o que esperar em cada momento e situação. Isso garante segurança e pode evitar muitos desafios.

Por exemplo, estruture uma sequência: acordar, brincar, descer para o parque, almoço, soneca, brincadeira, banho, janta. Enfim, o que fizer sentido para a idade e necessidades fisiológicas da criança.

No terrible two as crianças gritam, e muito. Elas estão aprendendo a expressar suas emoções e sentimentos. Nós adultos sentimos vontade de gritar às vezes (muitas vezes), e não difere com os pequenos.

A diferença é que, na maioria das situações, eles não conseguem controlar o grito porque não tem desenvolvimento cerebral apto à autorregulação. Na criação com apego utilizar do grito não é uma técnica válida, pelo contrário, ela só alimentará a gritaria.

Respire fundo, mantenha a calma, fale firme, e siga em frente.

É assim que eles aprendem pouco a pouco, dia a dia, a se regularem: sendo regulados.

Por mais que você pense que tudo que você fala com a criança entra num ouvido e sai pelo outro, não é assim que acontece. As crianças de 2 anos compreendem, cada vez mais, as coisas e os porquês.

Porém, a expectativa de que farão aquilo que pedimos é que é falsa. Estão numa fase de lutarem por sua integridade e é o momento de começarmos a exercitar nosso músculo da empatia e do respeito. Mais uma vez caímos no apego seguro e na educação positiva.

Uma das principais bases da criação com apego é a paciência para com o seu filho.

Dicas para passar pela fase Terrible Two

 Para finalizar, temos algumas outras dicas sobre a fase do Terrible Two. Inicialmente, é importante saber que a criança pode dar uma crise em qualquer lugar. Certo? E é aí que entra o que os pais mais temem: a criança se jogar no chão e abrir o ‘berreiro’.

A mudança de ambiente muitas vezes pode irritar as crianças. No supermercado, no shopping, ou até mesmo na padaria. Quando a criança der uma crise em um ambiente diferente, tente levá-la ao ar livre (tirá-la do ambiente que disparou o ‘gatilho’). Isso simplesmente pode acalmar os ânimos da criança e a ajuda a ficar mais calma. Não adianta xingar, brigar, e/ou ignorar seu protesto.

Nenhuma  destas atitudes desenvolvem habilidades de vida, ou seja, uma vez que entendemos que somos espelhos, se esperamos que tenham atitudes de autorregulação, devemos ser instrumentos de exemplo e apoio para a regulação emocional, deles.

Autonomia na criação com apego

  Por fim, falaremos de autonomia. Na criação com apego a ideia é apoiar a criança, compreendê-la e atender às suas necessidades com apego e segurança. Mas, aos dois anos de idade, isso pode vir como um suporte para deixar a criança um pouco mais autônoma.

Ela gostará de comer sozinha, pentear o cabelo, escolher suas roupas, sapatos, ajudar a cozinhar, entre outras tarefas. Ela precisa se sentir segura para tais tarefas, logo, ofereça ajuda quando necessário.

E, acredite, quanto mais autonomia você der, mais confiante e realmente capaz seu filho vai se tornando.

Gostou das dicas? Aqui, em nosso blog sempre trazemos dicas e novidades sobre criação com apego, apego seguro e educação positiva.

Desmame Natural e Desmame Gentil: como deve ser feito

desmame-desmame-natural

A maternidade traz consigo diversos desafios, como o parto, amamentação e puerpério. Outro momento desafiador para a maioria das mães é o desmame, pois há uma grande preocupação sobre como fazê-lo de maneira respeitosa em forma de desmame natural. Nesse artigo ponderaremos algumas questões sobre a amamentação e o que ela pode representar. Abordaremos uma nova maneira de pensar sobre o desmame, trazendo mais consciência para a mãe e tornando o momento mais leve para a díade mãe/bebê. Vamos lá?

Primeiramente, é importante que você saiba que esse processo não é simples e nem uma solução de um dia para o outro. É um processo que vai além da nutrição. É uma demanda emocional da criança e tem que ser ponderada com respeito e carinho, entendendo o que a amamentação representa para os filhos e os motivos de buscarem o seio. E agir a partir dessa consciência.

O desmame natural é um assunto complicado e muitas mães passam por experiências traumáticas nesse período. A ideia desse artigo é tentar ajudar as mães com algumas informações, trazendo luz para o que o desmame representa na relação entre a mãe e o bebê.

O que a amamentação representa?

Antes de pensar no desmame natural, pensemos primeiro o que é a amamentação. 

A amamentação é recomendada pelo menos até os 2 anos de idade (sendo os 6 primeiros meses exclusivos) pela OMS (Organização Mundial da Saúde), devido aos benefícios já comprovados para a saúde. 

Amamentação é muito mais que nutrição física, é nutrição emocional para os bebês e crianças. É oportunidade de interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional.

É oportunidade de fazer pele a pele, regulando temperatura, batimentos cardíacos e as emoções do bebê. De criar e fortalecer vínculos, de construir o relacionamento com o filho.

Se a amamentação traz tantas oportunidades, por que desmamar?

Precisamos ter um olhar ampliado para a díade mãe-bebê. Podem existir diversos fatores internos, pressão social, falta de rede de apoio, em qual contexto se inserem, quais emoções a amamentação traz à tona para a mãe. Entendendo todo esse cenário e ainda assim o desmame for a opção, existem maneiras de deixar o processo mais leve.

 

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Uma publicação compartilhada por Sono infantil e Apego Seguro (@8horas_)

     

Desmame natural é o desmame verdadeiramente gentil.

  O desmame natural é a única forma de desmame verdadeiramente gentil, pois é a própria criança que se mostra pronta para tanto e costuma ocorrer entre 2 e 4 anos de idade. Assim como os bebês aprendem a sentar, engatinhar e falar, com o tempo, eles também vão desmamar. Faz parte do desenvolvimento.

Quaisquer outros métodos de desmame devem ser pensados de maneira consciente. Será necessário introduzir outras ferramentas que possam atender as necessidades de contato, vínculo e regulação emocional da criança. Assim o processo ficará o mais próximo do natural, pois ao atender as necessidades das crianças de outra forma que não apenas amamentando, elas mesmas acabarão buscando cada vez menos o seio.

Para conseguir desenvolver essas ferramentas é preciso ponderar:  

  • O que a amamentação representa para seu filho hoje?      
  • Será que esse é o único momento que ele tem você verdadeiramente disponível?
  • Será que consegue regular as emoções do seu filho apenas com o seio?
  • Ou será que é possível fazer isso também com colo, abraço, conversa, música, ou de alguma outra maneira?
  • Será que a amamentação é o ponto mais importante do seu relacionamento hoje?
  • Ou conseguimos nos relacionar de outra forma, com presença, brincadeiras, conexão, tempo de qualidade?                 

O que é o desmame natural.

 Desmame não é sobre retirar o seio ou finalizar a amamentação, é sobre introduzir outras formas de alimentar os filhos física e emocionalmente para que eles próprios passem a buscar cada vez menos o peito.

Durante o desmame consciente a criança passará a suprir suas necessidades emocionais através de outras fontes e nutritivas com alimentos saudáveis, além de melhorar o seu relacionamento com seu entorno familiar e social. Lembra que em outros artigos falamos sobre o apego seguro, a disciplina positiva, educação parental e a criação com apego?

Pois é, o desmame consciente faz parte desse processo. Tudo isso engloba uma criação com apego. Queremos dizer que é um conglomerado de ações e percepções que vão ajudar sua criança a criar autoestima, segurança e empatia. O desmame consciente é um importante passo para que seu filho desenvolva um relacionamento não só com a mãe, não só naquele momento de amamentação. Agora é hora dele criar e cultivar um relacionamento com o seu ambiente.      

Veja também: conheça a criação com apego.          

Disciplina positiva, Educação parental e o Desmame

O processo de desmame consciente, quando realizado de maneira correta, avalia sempre a díade mãe/filho, procurando as necessidades não atendidas de ambos.

A ideia por trás é propiciar meios para que essas necessidades sejam atendidas de outras formas e que o processo fique mais leve, consciente e natural. Não coloque metas de tempo ou datas de validade para a amamentação ou desmame.

Se você fizer isso, só vai aumentar sua ansiedade. Antes de iniciar o processo pergunte-se:              

  • Como estou me sentindo em relação a amamentação? 
  • O bebê cresce de forma saudável e é feliz?
  • Alguém está sendo prejudicado com a amamentação?
  • Se outras pessoas ficam incomodadas, não seria uma algo que elas mesmas deveriam resolver internamente?
  • O que a amamentação representa para meu filho?      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ver essa foto no Instagram

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

        Uma publicação compartilhada por Sono infantil e Apego Seguro (@8horas_)      

 

     

Assim, entendendo que o desmame é a opção, a melhor forma é acompanhar seu estado físico e emocional, bem como do seu filho. Através do comportamento seu filho indicará se as ferramentas introduzidas estão atendendo suas necessidades. Já ouviu falar de educadora parental? Uma educadora parental pode te ajudar com esse assunto. Não tenha vergonha de falar que não sabe o que fazer. Procure informações, pesquise, faça cursos, faça o necessário para que você e seu filho desenvolvam uma boa relação.

Quando iniciar o processo? Apenas você saberá responder essa questão. As ponderações feitas neste texto são guia para que você e seu filho encontrem seu próprio caminho. 

Gostou da postagem? Entre em nosso blog e fique por dentro das notícias sobre os pequenos.

 

 

Educação emocional e Inteligência emocional da criança

educacao emocional inteligencia emocional crianca interior post

Você já parou para pensar que a educação emocional é importante para o amadurecimento da inteligência emocional da criança? Também já parou para pensar que ensinar o seu filho a controlar suas emoções e encontrar o equilíbrio emocional traz resultados satisfatórios no futuro, como melhorar autoestima, além de contribuir no fortalecimento de suas relações? Então, é sobre inteligência emocional da criança que vamos conversar com você nesse post. Vamos lá!

Educação emocional e Inteligência emocional: a importância do equilíbrio emocional

Primeiramente, devemos esclarecer que uma criança emocionalmente equilibrada não é aquela não chora, não se irrita e não expressa seus sentimentos. Pelo contrário! Assim como os adultos, a inteligência emocional da criança é identificar e compreender suas emoções para, assim, saber lidar com elas. Desde a vinda ao mundo até o momento da morte lidamos com situações necessárias de gestão das frustrações, emoções e adversidades.

Conforme conceituado pelo autor Daniel Goldman (1995), a inteligência emocional é a capacidade de identificar nossas emoções e as emoções dos outros, a fim de motivar-nos e de conseguir nos guiar. Daí a importância da educação emocional, pois aprender a manter o equilíbrio emocional o quanto antes significa alcançar benefícios e vantagens como melhorar autoestima, melhorar a capacidade de comunicação, manter a resiliência e a autonomia desde a infância. Sendo assim, a construção da inteligência emocional da criança está interligada à educação emocional proporcionada pelos pais.

Uma das dicas essenciais que auxilia na construção da inteligência emocional da criança e a melhorar autoestima é ensinar por meio do exemplo. Digo e repito “ensinamos aos nossos filhos a melhorar autoestima e honramos esse valor através dos nossos atos, não através das palavras”. Então, siga sem medo e consciente, pois o seu comportamento será refletido em seu filho e suas ações representarão um modelo de conduta a ser seguido.

Educação emocional e Inteligência emocional: criança interior

Para que você ensine algo, é necessário aprender, não é mesmo? Nada mais justo, então, do que os próprios pais aprenderem sobre educação emocional e inteligência emocional. Aqui encontra-se o primeiro passo para o sucesso rumo ao equilíbrio emocional. Na relação entre pais e filhos existe a criança interior. Sua criança interior.

A criança interior é um conjunto de memórias, desejos e sentimentos que te acompanham desde a sua infância até hoje. Nós nos tornamos adultos, mas a criança interior não morre, ela se mantém sempre viva para te lembrar da alegria em viver. Portanto, para que a inteligência emocional se estabeleça, é extremamente importante trazer à tona aquilo que o incomoda e promover o reencontro com as emoções do passado, a fim de dar um novo significado a elas.

É por esse motivo que eu, junto com Flávia Pereira, Juliana Franco e Thaís Basile construímos um projeto lindo e profundo que auxilia, de fato, os pais, os filhos e os parceiros a serem o que desejam ser, resgatando sua própria identidade e conectando com sua essência. Encontrar o equilíbrio emocional por meio da inteligência emocional é nosso combustível. Permita-se encontrar com sua criança interior e descubra como você pode transformar a educação emocional dos seus filhos.

Dúvidas? Curioso? Participe da Imersão em Belo Horizonte sobre Inteligência Emocional da Criança: mais informações: https://www.sympla.com.br/inteligencia-emocional-da-crianca__637385

 

Amabilidade: os benefícios da escuta ativa para a família

amabilidade disciplina positiva criacao com apego post

A amabilidade nas relações familiares é uma habilidade importante para desenvolver a criação com apego e um dos pilares da educação positiva.

Disciplina positiva é um programa baseado no trabalho de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs que tem como objetivo encorajar crianças, adolescentes, casais e colaboradores de empresas a tornarem-se responsáveis, respeitosos, resilientes e com recursos para solucionarem problemas por toda a vida. Mas, nesse texto, vamos tratar deste assunto com foco nas famílias e na criação dos filhos com apego.

Pesquisas recentes atestam que as crianças são “programadas”, desde o nascimento, para estabelecerem conexões com outros indivíduos. Além disso, os estudos evidenciam que crianças que se sentem conectadas à sua comunidade, família e escola tendem a apresentar menos comportamentos inadequados, como a birra infantil, e se relacionarem com mais amabilidade com as pessoas.

A escuta ativa é um dos métodos que funciona dentro da disciplina positiva e foi criado, em 1957, pelos psicólogos norte-americanos Carl Rogers e Richard E. Farson. Parte da ideia de que as crianças estão aprendendo a conviver no mundo dos adultos. Por isso, são os adultos que devem se colocar no nível das crianças para entender melhor o seu universo.

Se pararmos para recordar nossa infância, vamos ter mais chance de compreender melhor o que passa com a criança, e é mais fácil do que ela entender o desconhecido. O problema é que, uma vez adultos, nos esquecemos de que um dia fomos crianças. Deixamos de empatizar com a fase da infância e tendemos a exigir dos pequenos atitudes de adultos, sem muita amabilidade nos nossos atos e falta de afeto.

Como criar uma relação com amabilidade e respeito

Para praticar a escuta ativa não basta escutar o que a criança diz, também se deve atendê-la corporalmente, compreendendo suas preocupações, em um clima de calma. Praticar a escuta ativa significa agachar-se e colocar-se na mesma altura da criança, para poder estabelecer uma comunicação efetiva com ela. A partir desse movimento, nossos filhos sentem que estão sendo escutados, atendidos e amados.

No momento em que nos agachamos, olhamos em seus olhos e lhes falamos, eles percebem como é importante o que estão sentindo ou o que querem dizer. Através dessa linguagem corporal, não verbal, conseguimos que entendam melhor a mensagem que queremos transmitir e evitamos muitas vezes a birra infantil. Além disso, ao entendê-los melhor, empatizamos com o que sentem. E isso se torna uma maneira bastante eficaz de entender e modificar uma conduta inadequada.

A amabilidade, assim como a empatia e a escuta ativa, é um treino e requer dedicação. Assista ao vídeo para refletir um pouco sobre o tema. A Lívia Praeiro é Educadora Parental, especialista em sono infantil e fundadora da 8 Horas.

Criação com apego seguro

Tudo que falamos até aqui são ferramentas da disciplina positiva e da criação com apego que apoiam os pais a criar vínculos com seus filhos, através do entendimento consistente e amoroso das necessidades do bebê. Esse é o carro chefe, mas, no caminho, você acaba ensinando ao seu filho valiosas lições para toda a vida, como empatia e compaixão.

É bom chamar os princípios de ferramentas, porque aí desassocia a falsa impressão de que é preciso seguir todos os princípios para criar com apego. Imagine a criação com apego como uma grande caixa de ferramentas: você avalia cada uma delas e escolhe as que melhor se adequam à sua necessidade e da sua família.

Essas ferramentas ajudam os pais a entender as vivências de seus filhos durante a infância e adolescência. Assim, conseguem demonstrar interesse pelo filho e entender que a birra é uma forma de chamar atenção ou comunicar algo que ele não sabe como expressar por palavras.

Imagine uma pessoa tentando entender algo que nunca vivenciou, ou aprendeu. Muitas vezes é isso que acontece com as crianças. Nesse caso, a amabilidade, a empatia e a escuta ativa são ferramentas que podem ajudar os pais.

O recém-nascido, que acabou de chegar neste mundo novo, começa a ter contato visual e físico com sua mãe. Aos poucos, desenvolve a comunicação com os pais e começa a estabelecer vínculos com as pessoas de seu convívio. Esse bebê tem que ter muito aconchego e afeto para se sentir seguro. 

Mas, nesse cenário, questões de livre demanda, cama compartilhada, entre outras, devem ser analisadas de acordo com a necessidade de cada família. Não existe uma regra radical, e sim perceber o que o bebê precisará verdadeiramente para se desenvolver em um ninho de amor e respeito.

E pense também que o objetivo principal aqui é auxiliar a criação de um vínculo de apego seguro entre pais e filhos. Para isso, todos têm que estar receptivos emocionalmente para se dar com o coração. Enquanto que para os pais, isso pode requerer certa disponibilidade emocional, para os bebês é uma questão de sobrevivência: eles têm uma necessidade real de vínculo, para se orientarem e crescerem.