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Educação Positiva – o que significa disciplina positiva?

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Em outras publicações já falamos um pouco sobre a disciplina positiva e a parentalidade positiva. Sabemos que a parentalidade positiva aposta na firmeza com gentileza na educação dos filhos, sem punição, castigo ou recompensa.

Educar pode ser um grande desafio e muitas pessoas costumam agir por tentativa e erro, repetindo padrões que lhe foram passados em sua infância, ‘buscando na memória’ lembrar como aqueles que cuidaram de nós durante nossa infância reagiriam diante de determinadas situações. Na verdade, muitos pais se tornam pais sem curar a criança que foi (ou entender/perceber quais violências vivenciou) e isso pode dificultar bastante a relação com os filhos que estão sob sua responsabilidade e cuidado.

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A educação positiva é uma filosofia que tem como fundamento a criação com gentileza, sem punição, castigo ou recompensa. Se a gente aprofundar no tema, chegamos a uma reflexão sobre nossa própria criação e alguns paradigmas enraizados. Acontece que é normal repetirmos o que recebemos dos pais ou o que a sociedade prega que deve ser feito.

Os relacionamentos se moldam por automatismo, ou seja, por comportamentos inconscientes que nos foi ensinado de geração em geração. Na educação dos filhos, a abordagem da disciplina positiva defende o equilíbrio e o respeito mútuo, diferente das práticas dominantes e tradicionais.

Os principais pontos que diferem a educação tradicional de uma educação respeitosa são:

Com relação ao comportamento:

Tradicional – as crianças respondem quando recebem recompensa ou punição, conforme seu comportamento x expectativa do adulto.

Disciplina positiva – os pais procuram desenvolver cooperação através do senso de aceitação (conexão) e importância (significado) no seu contexto social.

Ferramentas:

Tradicional – Controle, recompensas e punições.

Disciplina Positiva empatia, entendimento da perspectiva da outra pessoa, colaboração na resolução do problema.

Esses foram alguns exemplos de práticas adotadas no modelo tradicional e no modelo da parentalidade consciente e parentalidade positiva.

A disciplina positiva prega que todas as ações com os filhos sejam pautadas pelo respeito mútuo. O relacionamento não pode ser como um pêndulo, quando se é apenas firme ou apenas gentil.

O equilíbrio é importante. Se você for apenas firme, só trará perspectiva de suas próprias necessidades, sendo a ordem a questão mais importante. Esse comportamento pode te levar a um lugar de controle, chamado modelo parental autoritário.

Se você for apenas gentil, você não vai passar limites seguros. Esse modelo, conhecido como parental permissivo, só há foco na criança. Ela pode fazer o que quiser e acaba se sentindo abandonado ou superestimado, uma vez que decide ou escolhe sem se sentir preparado para esta responsabilidade. Aqui, as necessidades das outras pessoas são ignoradas e a criança é sobrecarregada, pois esperam que ela tenha uma maturidade ou capacidade incoerentes com sua idade.

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Como falamos anteriormente, o equilíbrio entre as práticas é importante. Se você sente que sua relação com seu filho é ‘solta’, a relação fica sem  conexão e respeito. Se você for muito firme, passa a ignorara as necessidades de quem mais ama em prol de regras e deveres, trazendo consequências para uma vida inteira.

O caminho que buscamos compartilhar é aquele que considera que a criança sempre está passando por desafios e precisa de pais atentos e empáticos. Ela precisa do seu apoio, colo e de validação de sentimento – e trazer o respeito a você para que a situação seja resolvida com limite seguro.

Não tem uma receita para fazer isso corretamente, pois cada família é diferente uma da outra, mas existem ferramentas que ajudam a entender que tipo de relação temos construído e desenvolver um relacionamento saudável. 

Quer entender mais sobre educadora parental, educação positiva, disciplina positiva, parentalidade positiva e parentalidade consciente? Entre em nosso blog.

 

Como fazer o desmame noturno gentil?

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O desmame noturno traz dúvidas para muitas mães. Enquanto alguns bebês dormem a noite toda, outros têm o hábito de acordar várias vezes para mamar. Nesse caso, algumas mães têm dúvida sobre como fazer o desmame noturno de maneira gentil.

A amamentação e o afeto são conceitos que se misturam e às vezes e por isso se torna desafiador pensar em diminuir esse contato. Precisamos pensar se é algo que estamos fazendo pensando no nosso bem-estar ou no bem-estar do bebê.  A ilusão que isso pode permitir que ele durma melhor não é real, e além de prejudicar ainda mais o sono, o desmame pode perturbar ainda mais a relação mãe-bebê. 

Desmame Noturno – Como Fazer

É natural que o bebê amamente até os 6 meses de vida em livre demanda. A mãe e o filho precisam desse contato. O aleitamento materno é o principal alimento do bebê e as mamadas noturnas são tão importantes quanto as mamadas que o bebê faz durante o dia.

O padrão de sono do bebê é diferente dos adultos. Ele precisa se alimentar com mais frequência para obter os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. Além disso, mamar no peito é algo que aproxima a mãe do filho, transmite amor, carinho e segurança.

O desmame natural noturno pode acontecer naturalmente se observamos verdadeiramente nosso bebê. Alguns bebês vão espaçando as mamadas a partir do momento que recebem outros alimentos e outras formas de se sentirem conectados com sua mãe. Ou seja, a partir do momento que suas necessidades físicas e emocionais vão sendo alimentadas além do seio. Com novos alimentos e nova interação da mãe com o bebê, em brincadeiras, olho no olho durante a alimentação sólida e muita troca emocional, permitindo que o bebê se sinta sempre seguro para descobrir o mundo.

Isso não acontece com todos os bebês, infelizmente. Alguns se sentem ainda mais abandonados se a mãe espaçam as mamadas sem uma ‘contrapartida’, ou seja, sem manter sua proximidade e cuidados. E então, parece difícil que o desmame noturno natural aconteça. 

É fundamental saber que não existe uma idade ideal ou fixa para o desmame noturno. Como explicado acima, não é um omento programado pela mãe, mas construído por ela. Assim, vai observando os de prontidão que a criança transmite. Um ponto que você pode observar como sinal de prontidão é quando o bebê se alimenta bem durante o dia, após a introdução alimentar, está sempre tranquilo, não ‘cobra’ a presença da mãe (ou seja, se sente seguro com o tempo de qualidade que ela promove).

Se a criança já está aceitando bem os alimentos, fisicamente já podemos considerar sua propensão a despertar menos de noite. Se os despertares noturnos não diminuem, independente da ingestão calórica, é um sinal claro que de suas necessidades de contato e proteção ainda estão insuficientes. N o seio estas necessidades são naturalmente respondidas, sem o seio, a mãe precisa construir outras maneiras de se relacionar com o bebê, de forma que ele não fique hipervigilante por necessidade de contato.  Reduzindo então seus despertares, podemos dizer que o desmame noturno está acontecendo. Se você estiver com dúvidas, consulte um pediatra.

Desmame natural – mamada da madrugada, pode ser um hábito?

Não acredite que o bebê acorde a noite porque ele está acostumado a fazer isso. Considerar necessidade de contato como hábitos é desconhecer as necessidades básicas de uma criança. O desmame noturno natural é um processo que precisa de muita observação e cuidado e não acontecerá da noite para o dia.

Então, como fazer o desmame noturno?

Bem, para começar, não é um momento decidido pela mãe, não existe um passo a passo para o desmame noturno. Existe é a consciência do significado deste processo, e como nosso olhar para as necessidades da criança organizam os processos naturalmente, ou seja, meu filho vai reduzindo as mamadas noturnas com a capacidade de mais ingestão calórica durante o dia e com mais oportunidades de contato além do seio. 

Um ponto importante, não acredite que houve retrocesso pós doenças ou em fases de transição ou com a volta da mãe para o trabalho. Entenda que estas situações nos obrigam a observá-las mais, e assim a necessidade de mais contato fica nítida.

O desmame noturno não acontecerá da noite pro dia. Utilize as nossas dicas para conseguir realizar o desmame natural e, o mais importante, tenha paciência.

Gostou das dicas? Quer saber mais sobre desmame noturno, desmame natural e como fazer o desmame noturno? Entre em nosso blog.

Comunicação Não Violenta – conheça os benefícios

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A comunicação não violenta (CNV) propõe uma nova forma de expressar nossos desejos e necessidades, optando por um caminho conciliador e pacífico. Essa linha de pensamento tem apoio em pesquisas e experiências do idealizador, o psicólogo Marshall Rosenberg, que vivenciou os benefícios de investir em uma comunicação mais empática (o que não necessariamente significa uma comunicação amorosa, que pode manipular ao invés de observar e respeitar o outro).

Sendo assim, a CNV vem sido colocada em prática desde a década de 1960 e o trabalho do pesquisador ganhou relevância ao tornar escolas americanas receptivas a brancos e negros, ajudando a combater a segregação racial. Bem, a comunicação não violenta é um modo de expressar que prioriza o fortalecimento de laços e a continuidade de bons relacionamentos pessoais

A CNV não é, ou pelo menos não deveria ser, algo complexo e cheio de regras. E nesse blog vamos discutir mais sobre como tornar esse tipo de comunicação parte do nosso dia a dia.

Bora?

Comunicação não violenta – De dentro para fora

Comunicação é um ato de repartir, distribuir. Portanto precisamos estar atentos ao que propagamos quando nos comunicamos com outras pessoas, pois podemos nos conectar com ou desconectar delas.

Desse modo, comunicação não violência tem como propósito não causar danos ao outro. Pode estar em algo que dizemos ou fazemos; ou em algo que não dizemos ou não fazemos. A violência em nossa comunicação pode estar em algo que não foi dito e promover a desconexão do outro conosco. 

Podemos nos comunicar de maneira violenta mesmo utilizando um tom de voz suave e amoroso, manipulando o outro para atingir algum objetivo ou resultado que seja interessante para nós.

Como praticar a comunicação não violenta?

Para começarmos a praticar a comunicação não violenta precisamos pensar primeiramente em como nos comunicamos conosco.  Para depois conseguir verdadeiramente nos comunicar com o outro de forma não violenta.

Afinal, é importante nos perguntar o quão violentos somos conosco? Criticando, julgando e violentando a nós mesmos em pensamentos, falas e discursos (internos e com outras pessoas). Por isso, precisamos praticar conosco primeiro e, para isso, é necessário praticar o autocuidado e autoconhecimento. Assim incorporamos verdadeiramente a CNV e ela se tornará mais fácil de ser colocada em prática. Quando geramos em nós desamor e desrespeito é isso que transparecerá em nossa fala. 

Para a prática da CNV é primordial termos consciência de como nos comunicamos conosco e depois com o outro. A ideia por trás da comunicação não violenta é comunicar de maneira clara nossas próprias necessidades e observar, através da comunicação do outro as necessidades que estão por trás. Porém, como constantemente não nos observamos ou identificamos nossas necessidades,  como é possível expor nossas necessidades e comunicá-las ao outro? Como identificar a necessidade do outro? Por isso o autoconhecimento é um caminho essencial para praticarmos a CNV em nosso dia a dia de maneira mais fluida e sem grandes esforços.

Autocuidado e auto-observação são o caminho.

Não tem como nos comunicarmos de maneira assertiva sem auto-observação. Se não atendemos nossas necessidades, usamos nosso poder sobre o outro, gerando violência. Esperamos que o outro responda às necessidades que nós mesmos sequer identificamos. E isso leva a uma desconexão conosco e com o outro. Quando conseguimos nos observar, aí sim conseguimos observar verdadeiramente o outro. Quando anulamos nossas necessidades, não as enxergamos esperamos que o outro, especialmente nossos filhos as atendam, assim acabamos anulando as necessidades de nossos filhos, perpetuando o ciclo de violência transgeracional.

Portanto precisamos sempre nos questionar: O que está por trás de nossos comportamentos? O que precisamos de verdade? Quais necessidades não observamos? Cansaço, fome, preocupação, ansiedade, medo…A ideia não é modificar e manipular o outro para conseguirmos o que precisamos, mas nos observarmos para atender nossas próprias necessidades, tirando do outro essa responsabilidade e tornando a comunicação mais leve e, consequentemente, menos violenta.

Inteligência emocional na comunicação não violenta

Para a comunicação não violenta funcionar, é fundamental seguir os seus pilares. Sendo assim, a técnica é baseada em competências de linguagem e comunicação que auxiliam na reformulação da forma como cada pessoa se expressa e ouve os demais.

A CNV mostra que as respostas a estímulos comunicacionais deixam de ser automáticas e repetitivas e passam a ser mais conscientes e baseadas em percepções do momento. Por meio da observação de comportamento e fatores que têm influência sobre cada um.

Para que a comunicação não violenta ocorra, é necessário se concentrar em quatro componentes:

Observação

É preciso observar o contexto em que a comunicação se insere, sem criar um juízo de valor, separando o que observamos daquilo que avaliamos ou julgamos. 

Sentimento 

Observar o que estamos sentindo ao receber a comunicação do outro, nos vulnerabilizando verdadeiramente para conseguirmos resolver os conflitos. É importante nomear o que se sente, por exemplo, mágoa, medo, felicidade, raiva, entre outros, trocando o “o que eu acho” por: “como eu me sinto realmente”.

Necessidades 

Uma vez observado o sentimento que veio à tona com a comunicação, é preciso observar quais as necessidades não atendidas estão por trás. Quando, o que expressamos em nossa comunicação, é nossa necessidade REAL, as chances de sermos atendidos aumenta significativamente.

Pedido 

Por fim, identificados os sentimentos e necessidades, é importante fazermos o pedido de forma clara e positiva, em forma de uma afirmação. E caso tenha dúvidas se o receptor entendeu o que foi dito, peça a ele para repetir o que entendeu.

Esses 4 passos são importantes, mas sempre utilizados em conjunto com a auto-observação e autoconhecimento, para que não retornemos aos automatismos e violências. É preciso ressaltar que esses passos são internos, não um modelo de construção de frase e que a CNV não deve ser resumida neles.

A comunicação não violenta reside no espaço entre o estímulo e a resposta, ou seja, no espaço entre a informação que recebemos e como reagiremos a ela. Essa pausa é imprescindível para sairmos da nossa resposta automática. Quando entendemos que a CNV se inicia primeiro em nós, em como nos comunicamos conosco, esse espaço, pausa, significa liberdade: se somos reativos na comunicação somos carentes de liberdade (em relação a nós mesmos: de nos julgar, nos criticar, nos violentar). O espaço nos permite assentar, assimilar e ser mais assertivos ao nos comunicar, não cedendo aos automatismos dos gatilhos gerados na comunicação.

mulher segurando autofalante enquanto faz sinal de parar com a mão em uma postagem sobre comunicação não violenta

O que significa a NÃO VIOLÊNCIA?

A não violência significa que não existem inimigos, quando vemos que o outro não faz nada para nos desorganizar emocionalmente. Esses gatilhos, a desorganização é nossa: nós que permitimos (ou não) que o outro nos desorganize. Significa também um estado mais elevado de viver no qual conseguimos verdadeiramente expressar o amor. Portanto, quando praticamos a CNV em sua essência, de dentro para fora de nós, nossos inimigos nos devolvem amor. 

Pois, ao compreendermos que nós permitimos que o outro nos desorganize, a depender de nossas próprias necessidades não atendidas, conseguimos nos organizar e reconhecer nossas próprias dores e limitações. Quando tratamos nosso “inimigo” com amor e, nesse estado mais elevado, eles “viram” nossos amigos.  Pois, nossos inimigos nada mais são que aqueles que nos mostram algo que nos incomoda e somos nós que os colocamos nesse lugar. Precisamos sempre ter em mente que a violência do outro é sobre a dor do outro e não sobre nós.

Como respondemos às situações depende do nosso estado e não do que o outro fez ou deixou de fazer efetivamente. Por exemplo: quando temos um encontro com um amigo e a ele se atrasa, podemos criar diversos cenários no qual o amigo não nos respeita, não tem compromisso, dentre outros e alimentar em nós o sentimento de raiva. Ou podemos aproveitar o tempo de atraso para colocar outras atividades em dia, ler um trecho de livro ou ouvir música e, quando o amigo chegar, estaremos bem e prontos para sermos mais amorosos.

Empatia é a chave

A comunicação não violenta assume que todos compartilham necessidades humanas básicas, e que cada uma de nossas ações são uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades. É através dessa abordagem que podemos enxergar de maneira empática, as necessidades e dores das pessoas que nos relacionamos, uma vez que permitimos que o outro nos entenda e mostre o que está acontecendo dentro dele.

Todas as nossas ações envolvem a tomada de consciência interna (do que está acontecendo dentro de você) e externa (o que está acontecendo com o outro) e depois disso, tentar resolver o que precisa ser resolvido dos nossos conflitos. Já falamos dos passos a serem observados na CNV e isso é importante para que tenhamos conversas mais saudáveis e menos agressivas.

A auto-observação é o primeiro passo. Observe suas ações ou falas e observe também o próximo. Preste atenção como suas palavras e ações impactam no outro, gerando conflitos. Após observar os pontos de conflito, volte para si mesmo e identifique os sentimentos que estão sendo aflorados dentro de você a partir das atitudes da outra pessoa.

Depois, identifique as necessidades geradas pelos sentimentos. Se sentiu frustrado? Qual necessidade que não foi atendida e que gerou essa frustração? E, por fim, atenda às nossas necessidades e faça um pedido deixando claro as necessidades que desejamos que sejam atendidas.

Quando falamos sobre fortalecimento de laços e de bons relacionamentos, também estamos nos referindo a educação positiva e a criação com Apego Seguro. Ambos os conceitos preconizam a comunicação não violenta e tem o objetivo considerar e relacionar com todos de forma respeitosa, observando e atendendo necessidades.

Educação positiva e comunicação não violenta

A comunicação não violenta tem como propósito criar uma qualidade de conexão de forma que as necessidades de todos sejam atendidas de forma compassiva, que é também a base para uma relação de Apego Seguro. E o olhar compassivo vem de um olhar compassivo conosco.

Quando vivenciamos diariamente a autocrítica, geramos em nós: ansiedade, predisposição à depressão, compulsões, automutilação, autodestruição. Se não aprendemos a atender nossas necessidades, nos mantemos no ciclo de violência. E isso se manifesta em nossa comunicação com nossos filhos. É importante nos conhecer, amar e cuidar para nos conectarmos com nossos filhos. Eles percebem o desamor em nossa fala, mesmo que falemos de maneira carinhosa. Eles percebem nossas manipulações e inverdades. Por isso o autoconhecimento e o autocuidado são imprescindíveis para nos relacionarmos com nossos filhos de forma honesta, carinhosa e verdadeiramente respeitosa.

Veja também: o que é educação positiva?

Quando praticamos a autocrítica estamos desconectados de nossa própria vulnerabilidade e da do outro. Se não podemos errar, os outros (nossos filhos) errarem é inaceitável. E nossa linguagem torna-se automática e violenta para com eles: comparando, julgando, criticando, diagnosticando ou colocando rótulos:  chorão, burro, preguiçoso, inteligente, bonzinho, bagunceiro…não conseguimos observar suas necessidades.

É urgente priorizarmos não violentar. Buscarmos criar qualidade de conexão para que as necessidades de todos sejam satisfeitas de maneira afetuosa, nossas e de nossos filhos, praticando uma linguagem consciente e compassiva. Precisamos extrapolar, buscar compreender o que foi dito, o que está por trás de cada comportamento de nossos filhos, gerar conexão com nossa experiência e com a deles. E para que isso seja possível, é necessário termos cada vez mais autoconsciência e autorregulação, aprendendo não apenas a identificar os sentimentos e necessidades, mas lidar com eles de forma saudável. Dessa forma nos tornamos referência de inteligência emocional para nossos filhos, os ensinando na prática e conseguiremos ser apoio quando eles precisarem de regulação emocional.

Quando não observamos e atendemos nossas necessidades, não observamos e atendemos a de nossos filhos e elas são suprimidas, se transformando em desejos e gerando vazios emocionais. E, quando adolescentes e adultos, buscamos que o outro preencha esses vazios e atenda nossas necessidades, levando a compulsões e vícios e perpetuando o ciclo de violência transgeracional.

A comunicação não violenta (CNV) é sobre nós.

A CNV trata-se de identificar nossas necessidades, para sermos claros a respeito delas em nossa comunicação e assim conseguirmos também enxergar e atender as necessidades do outro, de nossos filhos. É um modelo de consciência: de mim e do outro.

Ao praticarmos verdadeiramente a CNV, conseguimos “limpar” a mensagem de ruídos, observando e escutando os sentimentos e as necessidades que o outro quer me comunicar e que eu quero comunicar ao outro. Dessa forma, mesmo quando se comunicarem conosco de maneira violenta, conseguiremos retribuir com acolhimento e amor. Devolvemos ao outro a humanidade.

Quer saber mais sobre comunicação não violenta, disciplina positiva, parentalidade positiva e inteligência emocional? Entre em nosso blog.

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Educação parental positiva: o que é e como promover?

 

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Escolher a melhor forma de educar os filhos exige responsabilidade e pode ser um grande desafio para a família. Alguns pais adotam posturas punitivas e outros são complacentes e permissivos com relação às vontades dos filhos. Bem, a educação parental positiva, também conhecida como disciplina positiva, é uma forma de educar com o objetivo e foco no afeto, compreensão, respeito e aprendizado mútuo.

A educação positiva, com o apego seguro, vem se tornando formas de educar cada vez mais usada pelos pais e/ou cuidadores. A pauta é: formação integral dos filhos. A criação com apego e a disciplina positiva entendem que castigos ou chantagens não são construtivos para o desenvolvimento da criança e influenciam negativamente por toda a vida, perpetuando-se inclusive nas próximas gerações.

Quando falamos de educação parental, nos referimos ao termo “educar-se para educar”. A melhor maneira de lidar com os filhos é trabalhando você, primeiramente.

Apego seguro e educação parental.

Adotando uma abordagem mais consciente, a educação parental integra teorias e conhecimentos potentes para orientar pais, responsáveis e escolas sobre como educar as crianças. Desse modo, dentro de uma perspectiva de respeito mútuo, autoeducação, melhoria das relações familiares e soluções de questões cotidianas com base em princípios que fazem parte de uma educação positiva e respeitosa.

Portanto, aplicar a educação positiva é importante e ela contrasta com a forma comum que as pessoas normalmente se comunicam (carregado de culpa, julgamentos e violência). Ela preconiza a comunicação não violenta, que permite construir uma visão empática com o outro e com nós mesmos. Entender as nossas necessidades e limites, e expressá-los assertivamente e autêntica.

Na criação consciente, a comunicação não violenta é utilizada para desconstruir padrões violentos de comunicação que nos foram passados desde pequenos, os quais repetimos diariamente com nossas crianças. Além disso, ela é importante para orientar os pais a trilharem seus primeiros passos numa comunicação mais empática e amorosa com seus filhos, através da observação de nossas próprias necessidades para desenvolvermos um olhar mais claro para a necessidade do outro.

A educação positiva age na esfera sócio emocional do indivíduo e gera melhorias cognitivas, melhorando o desempenho escolar, o convívio com as pessoas e fortalece o vínculo entre os filhos e demais membros da família, mantendo-os íntegros!

Caso você se identifique com esses valores, mas não sabe por onde começar, vamos dar algumas dicas a seguir para melhorar a educação parental na sua casa.

Como aplicar a educação positiva na educação parental.

Primeiramente, observe suas próprias atitudes, sobre as situações cotidianas e outras questões que nos façam sentir culpa ou incapacidade. Faça-se perguntas, conteste seus próprios nãos. Desafie sua capacidade de resolução de problemas do dia a dia, estimule-se na construção de relações de respeito, a começar por nós mesmos.

Expresse suas emoções claramente. Ademais, entenda o porquê daquela emoção, quais necessidades suas não tem sido atendidas e responsabilize-se por isso, tirando essa responsabilidade do outro (parceirx ou filhos).

Seja um exemplo para seus filhos.

Se prometer algo, cumpra. Não minta e não faça chantagens ou subornos com eles. É dando exemplo que você poderá esperar que seu filho também aja assim, pois muito do que os filhos fazem é uma reprodução do que veem os familiares fazendo. A chantagem é uma maneira de naturalizar a corrupção.

Estabeleça regras reais, que fazem sentido não só para você, mas para a família, pois a criança pode não reconhecer o real sentido do bom comportamento e só agir de maneira positiva pelo interesse satisfazer nossas necessidades para se sentir amado e visto.

Quer saber mais sobre educação parental, educação positiva, apego seguro e disciplina positiva? Entre em nosso blog. Por fim, para mais dicas siga o nosso trabalho no insta!

Como fazer um desmame gentil – Criação com apego

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O desmame é uma das palavras mais comentadas atualmente entre as mães. Em suma, desmame é um processo de redução da frequência das mamadas. É importante lembrar que o aleitamento materno exclusivo é recomendado até os 6 meses. Dessa forma, sem que sejam ofertados sucos, água e chás nesse período. Apenas a partir do sexto mês é que se deve pensar na introdução alimentar e iniciar o processo de desmame gentil, desmame natural e desmame noturno.

O que é o Desmame

O desmame natural pode se estender até 1 ou 2 anos de vida, ou mais e, aos 2 anos, a criança já deve estar recebendo outras refeições completas como almoço, jantar e lanches. Portanto, para fazer o desmame gentil é importante desenvolver outras formas de contato e conexão, de forma que a criança se sinta próxima da mãe, independente do ato de amamentar ou não.

Algumas crianças conseguem se ajustar melhor a essa nova realidade considerando que se sentem livres para explorar o mundo e que, mesmo sem amamentar sentem a presença e o carinho da mãe. Para tal, é importante que esteja atenta a distinguir em quais momentos a criança sente fome e quais os momentos de fome emocional, ou seja, que busca o seio por necessidade de contato e proteção.

Enquanto o reconhecimento das necessidades nutricionais x emocionais não estiverem claras, não pondere realizar um desmame noturno. Pois, só aumentará o estresse e desafios com o sono e outros aspectos da vida da criança.

Quando fazer o desmame gentil?

Muitas mães se questionam quando é a hora de desmamar seu filho. Algumas optam por desmamar só de madrugada, enquanto outras querem tirar o bebê totalmente do peito. A recomendação é que inicie durante o dia, oferecendo mais contato e conexão, de foram que o desmame verdadeiramente cumpra seu papel e que a relação entre mãe e filho seja baseada em respeito.

Primeiramente, é preciso que a mãe se informe e saiba quais os benefícios da amamentação prolongada e da livre demanda. Depois, se tiver certeza do que quer, pode realizar o processo de desmame gentil.

O que é desmame gentil?

É importante saber que o desmame pode ser feito passivamente, ou seja, a mãe permite que o amamentar seja guiado pela criança, que vai se desconectando da amamentação à medida que encontra no mundo externo o mesmo acolhimento e contato. 

Sendo assim, a mãe que oferece o peito só antes da criança dormir ou em determinados momentos não está no caminho para ideal para o desmame. Dessa forma, para o desmame a mãe precisa  aprender outras formas de atender às necessidades do filho até encerrar por completo a amamentação.

O que se não deve fazer é o desmame abrupto. Que significa retirar o peito da criança de um dia para o outro (incluindo usando o pai como ‘responsável’ pelo afastamento ao seio. Ademais, isso pode gerar uma insegurança e frustração do pequeno, além-desconexão com o pai, insegurança em relação ao papel protetor da mãe… O que vai de contra a criação com apego e a disciplina positiva.

Não deixe a pressão social te atrapalhar a fazer desmame gentil.

Muitas mães se sentem pressionadas quando ao desmame. Isso pode trazer malefícios para a relação entre a mãe e o pequeno.

Assim, fica mais difícil e sem sentido conduzir o desmame dessa maneira. Tanto a mãe quanto o filho não querem modificar essa relação e estão sendo conduzidos a se desconectarem, quando obrigados a fazê-los por fatores externos. Isso é sério e acontece. Se você acredita que o desmame é para atender as necessidades do marido ou da sociedade, avalie quem é a criança neste contexto, pois é quem deve ser protegido.

O que as mães podem colocar em mente é que o desmame não é 8 ou 80. Aleitamento em livre demanda ou desmame total. É uma dança com a criança, de amor, respeito e sensibilidade.

O desmame não é feito por conversas com o filho.

Eles entendem o que dizemos e, muitas vezes, não conseguem se expressar da mesma forma. ‘Combinados’ para deixar de mamar em um ou outro momento só atendem à mãe, não à criança. Se ela mama, é porque tem necessidades emocionais conjugadas a necessidades físicas.

Transformamos isso, não a criança! Se deseja mesmo desmamar, mude sua entrega, aumente momentos de contato e troca emocional e perceberá que a criança evolui na relação, junto com a mãe!