Dar atenção, colo, amamentar em livre demanda, acalmar na hora do choro e embalar na hora de dormir são algumas ações importantes quando estamos criando com apego.
A criação com apego, baseada em toque (carinhos, beijos, abraços, aconchego) e afeto vai contra a ideia de que atenção demais torna os filhos mais dependentes e mimados, porém, criando com apego significa fortalecer o vínculo emocional com os filhos, o que promove o que mais desejamos: que eles cresçam mais seguros, empáticos e felizes.
Você conhecia a criação com apego? Bem, o termo é baseado nos princípios da teoria do apego em psicologia do desenvolvimento e, na teoria, quer dizer, segundo Bowlby “uma forte ligação emocional com os pais durante a primeira infância, o que se torna fundamental para relacionamentos seguros e empáticos na vida adulta”.
A criação com apego é um conjunto de atitudes que ajudam os pais a criar vínculos com os filhos através da atenção consistente e amorosa das necessidades do bebê. Esse é o ponto principal, mas no caminho, você acaba aplicando técnicas da educação positiva, aprimorando, mais ainda, o apego seguro e ensina ao seu(s) filho(s) valiosas lições para toda a vida.
Apego seguro – criando com apego
É inegável que criar e educar um filho é um desafio diário para os pais. Ferramentas como o apego seguro, disciplina positiva, a própria educadora parental, podem trazer sugestões para os pais de primeira viagem. Enfim, por melhor que seja a intenção de quem aconselha, muitas vezes os pais de primeira viagem ainda ficam perdidos com tanta informação e acabam ficando ainda com mais dúvidas.
Algumas pessoas podem pensar que a Criação com apego e a disciplina positiva são um “conjunto de regras a serem seguidas”, mas como todo mundo já sabe, não existe um jeito certo, uma fórmula, uma receita, para que a criação e a educação funcionem exatamente da mesma forma em todas as famílias.
Como falamos, a criação com apego é uma filosofia que ajuda pais a criarem vínculos com seus filhos, através da atenção consistente e amorosa das necessidades dos bebes. Não existem regras, mas o apego seguro segue orientações fundadas em investigações e conhecidas por serem eficazes em auxiliar crianças a desenvolverem ligações seguras.
Criação com apego – Princípios
Em 1994 a organização sem fins lucrativos Attachment Parenting International (API), criou oito princípios que não devem ser encarados como regras, mas sim como orientações para um apego saudável e seguro entre os filhos e seus pais. Os princípios são:
Preparando para a gestação, nascimento e criação.
Alimentando com amor e respeito.
Respondendo com sensibilidade.
Usando o contato afetivo.
Garantindo um sono seguro, física e emocionalmente.
Cuidado consistente e amoroso.
Praticando a disciplina positiva.
Mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar.
Todos os pontos são princípios importantes da criação com apego. Além de se preparar para o processo de gestação, nascimento e criação, é preciso respeitar as necessidades da criança, atendê-los com afeto e paciência, entender que as birras são representações das emoções reais e levá-las a sério, entre outros pontos.
O apego seguro é uma prática que defende que todas as crianças estabelecem um apego que pode ser seguro ou inseguro com seus pais. Esse apego depende da atenção dedicada à criança ou bebê, na rapidez e eficácia com que os pais atendem às suas necessidades, respeitando os sentimentos da criança, oferecendo conforto e segurança. O apego seguro pode influenciar diretamente no sono do bebê e pode ser um dos problemas de pais que reclamam: “meu bebê não dorme de dia nem de noite”.
Sendo assim, o apego seguro depende da atenção dedicada à criança. Ele se desenvolve quando os pais aceitam e respeitam as necessidades da criança e respondem a esse estímulo respeitando as necessidades e medos dos filhos.
Sono do bebê – Apego Seguro
O apego é a relação afetiva mais íntima, profunda e importante que os seres humanos estabelecem. O apego seguro é uma relação que perdura no tempo, é estável, relativamente consistente e permanente durante a maior parte da vida de uma pessoa.
O apego é uma necessidade biológica partilhada por todos os seres humanos e isso significa que as pessoas necessitam de viver vinculados a outras pessoas que cuidem deles e os desejam. O apego é o espaço vital de crescimento da criança e isso quer dizer que a qualidade do apego transmitira à criança vai influenciar o modo como se desenvolve e comporta no futuro.
O apego transmite segurança, autoestima, confiança e autonomia para enfrentar o mundo e não se forma de um dia para o outro. Diariamente as necessidades das crianças têm que ser atendidas com respeito e carinho para que ela desenvolva o apego seguro. E nós, pais, precisamos conhecer nossas barreiras, aquilo que impede que sejamos responsivos, curar-nos da nossa infância e despertar nosso olhar amoroso e respeitoso aos filhos. Essa é a minha busca diária!
Seu bebê não dorme? Que tal tentar experimentar a consultoria com um dos nosso profissionais, baseado no apego seguro?
Se o seu bebê não dorme pode ser um problema de apego. Ele não está se sentindo seguro e confortável o suficiente para conseguir dormir. Dar colo, atenção, amamentar em livre demanda e embalar na hora de dormir são alguns pontos importante da criação com apego que pode ajudar o seu bebê a dormir.
Meu bebê não dorme só cochila
A forte ligação emocional dos pais com os filhos é fundamental para relacionamento seguros e empáticos na vida adulta. A criação com apego possui princípios que funcionam como ferramentas para o apego seguro. Os princípios não devem ser encarados como regras, mas como orientações para um apego saudável e seguro entre os pequenos e seus pais, fundamentado em um vínculo firme.
Os princípios são:
Preparando para a gestação, nascimento e criação.
Alimentando com amor e respeito.
Respondendo com sensibilidade.
Usando o contato afetivo.
Garantindo um sono seguro, física e emocionalmente.
Mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar.
Como falamos, esses princípios não são regras e devem ser encarados como orientações para um apego saudável e seguro.
“Meu bebê não dorme” é uma frase usada por muitos pais e muitos desses pais ainda não conheceram a criação com apego, apego seguro e a disciplina positiva. E você, já conhece?
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A mentoria em sono infantil e apego seguro é uma oportunidade para você entender melhor o desenvolvimento do seu filho. Afinal, o apego é o vínculo emocional que uma criança desenvolve com seus pais que traz segurança emocional para um bom desenvolvimento da personalidade. Na teoria, um adulto independente, deve ter sido um bebê dependente, apegado e sustentado. Resumindo, um bebê que encontrou equilíbrio, repouso, amor e carinho no único ambiente que importa para ele: a mãe.
O desenvolvimento de um apego seguro protege a saúde mental dos bebês. A criação com apego depende não só da atenção que é dedicada ao bebê/criança, na rapidez e na eficácia com que os pais atendem as suas necessidades.
Desse modo, aceitando os sentimentos do bebê/criança e dando-lhes consolo e segurança, mas principalmente se a mãe acessa sua sombra, ou seja, sua infância e se permite vivenciar uma nova história com seu filho.
A criação com apego é um modelo psicológico que tenta descrever as dinâmicas de curto e longo prazo das relações interpessoais entre humanos mostrando a reação dos mesmos nas relações quando magoados, separados dos seus entes queridos ou quando percebem uma ameaça.
Conheça um pouco mais sobre o assunto e entenda mais sobre a mentoria em sono infantil. Vamos lá?
Mentoria em sono infantil e apego seguro.
O apego é um dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento infantil. Ele é uma necessidade biológica partilhada por todos os seres humanos, assim como comer ou respirar. Significa que crianças e adultos necessitam viver vinculados a outras pessoas que cuidem deles e os desejem.
O apego transmite à criança a sensação de segurança, autoestima, confiança e autonomia para enfrentar o mundo, além de ajudar na manutenção do sono, no desmame gentil, entre outros aspectos.
Para desenvolver o apego seguro com seu filho é necessário prestar atenção, nas emoções que a convivência com nossos filhos trazem à tona e então se permitir vivenciar uma relação de valor com seu filho. Sendo sobre pilares verdadeiramente sustentáveis de amor e respeito.
Portanto, colocar intenção na relação com o bebê e então, nos momentos em que a criança tem necessidades, ser responsivo e consciente para responder a ações focadas nas demandas da criança. Ser consciente na maneira em que for responder a essas necessidades, demonstrar aceitação em momentos de mal-estar ou sofrimento emocional da criança e consolar a criança quando ela não se sente bem.
Mentoria em sono infantil 8Horas
Mas será que todos os pais ou cuidadores estão preparados para favorecer este tipo de apego? Para isso a 8 Horas desenvolveu um curso de mentoria em sono e apego seguro. A mentoria foi criada por Lívia Praeiro, especialista em sono e referência no país em Apego Seguro.
O curso tem o objetivo de direcionar o comportamento dos pais ou cuidadores para atender não só as necessidades fisiológicas, mas as necessidades emocionais dos filhos. Confira!
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A maternidade traz consigo diversos desafios, como o parto, amamentação e puerpério. Outro momento desafiador para a maioria das mães é o desmame, pois há uma grande preocupação sobre como fazê-lo de maneira respeitosa em forma de desmame natural. Nesse artigo ponderaremos algumas questões sobre a amamentação e o que ela pode representar. Abordaremos uma nova maneira de pensar sobre o desmame, trazendo mais consciência para a mãe e tornando o momento mais leve para a díade mãe/bebê. Vamos lá?
Primeiramente, é importante que você saiba que esse processo não é simples e nem uma solução de um dia para o outro. É um processo que vai além da nutrição. É uma demanda emocional da criança e tem que ser ponderada com respeito e carinho, entendendo o que a amamentação representa para os filhos e os motivos de buscarem o seio. E agir a partir dessa consciência.
O desmame natural é um assunto complicado e muitas mães passam por experiências traumáticas nesse período. A ideia desse artigo é tentar ajudar as mães com algumas informações, trazendo luz para o que o desmame representa na relação entre a mãe e o bebê.
O que a amamentação representa?
Antes de pensar no desmame natural, pensemos primeiro o que é a amamentação.
A amamentação é recomendada pelo menos até os 2 anos de idade (sendo os 6 primeiros meses exclusivos) pela OMS (Organização Mundial da Saúde), devido aos benefícios já comprovados para a saúde.
Amamentação é muito mais que nutrição física, é nutrição emocional para os bebês e crianças. É oportunidade de interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
É oportunidade de fazer pele a pele, regulando temperatura, batimentos cardíacos e as emoções do bebê. De criar e fortalecer vínculos, de construir o relacionamento com o filho.
Se a amamentação traz tantas oportunidades, por que desmamar?
Precisamos ter um olhar ampliado para a díade mãe-bebê. Podem existir diversos fatores internos, pressão social, falta de rede de apoio, em qual contexto se inserem, quais emoções a amamentação traz à tona para a mãe. Entendendo todo esse cenário e ainda assim o desmame for a opção, existem maneiras de deixar o processo mais leve.
Desmame natural é o desmame verdadeiramente gentil.
O desmame natural é a única forma de desmame verdadeiramente gentil, pois é a própria criança que se mostra pronta para tanto e costuma ocorrer entre 2 e 4 anos de idade. Assim como os bebês aprendem a sentar, engatinhar e falar, com o tempo, eles também vão desmamar. Faz parte do desenvolvimento.
Quaisquer outros métodos de desmame devem ser pensados de maneira consciente. Será necessário introduzir outras ferramentas que possam atender as necessidades de contato, vínculo e regulação emocional da criança. Assim o processo ficará o mais próximo do natural, pois ao atender as necessidades das crianças de outra forma que não apenas amamentando, elas mesmas acabarão buscando cada vez menos o seio.
Para conseguir desenvolver essas ferramentas é preciso ponderar:
O que a amamentação representa para seu filho hoje?
Será que esse é o único momento que ele tem você verdadeiramente disponível?
Será que consegue regular as emoções do seu filho apenas com o seio?
Ou será que é possível fazer isso também com colo, abraço, conversa, música, ou de alguma outra maneira?
Será que a amamentação é o ponto mais importante do seu relacionamento hoje?
Ou conseguimos nos relacionar de outra forma, com presença, brincadeiras, conexão, tempo de qualidade?
O que é o desmame natural.
Desmame não é sobre retirar o seio ou finalizar a amamentação, é sobre introduzir outras formas de alimentar os filhos física e emocionalmente para que eles próprios passem a buscar cada vez menos o peito.
Durante o desmame consciente a criança passará a suprir suas necessidades emocionais através de outras fontes e nutritivas com alimentos saudáveis, além de melhorar o seu relacionamento com seu entorno familiar e social.Lembra que em outros artigos falamos sobre o apego seguro, a disciplina positiva, educação parental e a criação com apego?
Pois é, o desmame consciente faz parte desse processo. Tudo isso engloba uma criação com apego. Queremos dizer que é um conglomerado de ações e percepções que vão ajudar sua criança a criar autoestima, segurança e empatia. O desmame consciente é um importante passo para que seu filho desenvolva um relacionamento não só com a mãe, não só naquele momento de amamentação. Agora é hora dele criar e cultivar um relacionamento com o seu ambiente.
Disciplina positiva, Educação parental e o Desmame
O processo de desmame consciente, quando realizado de maneira correta, avalia sempre a díade mãe/filho, procurando as necessidades não atendidas de ambos.
A ideia por trás é propiciar meios para que essas necessidades sejam atendidas de outras formas e que o processo fique mais leve, consciente e natural. Não coloque metas de tempo ou datas de validade para a amamentação ou desmame.
Se você fizer isso, só vai aumentar sua ansiedade. Antes de iniciar o processo pergunte-se:
Como estou me sentindo em relação a amamentação?
O bebê cresce de forma saudável e é feliz?
Alguém está sendo prejudicado com a amamentação?
Se outras pessoas ficam incomodadas, não seria uma algo que elas mesmas deveriam resolver internamente?
Assim, entendendo que o desmame é a opção, a melhor forma é acompanhar seu estado físico e emocional, bem como do seu filho. Através do comportamento seu filho indicará se as ferramentas introduzidas estão atendendo suas necessidades. Já ouviu falar de educadora parental? Uma educadora parental pode te ajudar com esse assunto. Não tenha vergonha de falar que não sabe o que fazer. Procure informações, pesquise, faça cursos, faça o necessário para que você e seu filho desenvolvam uma boa relação.
Quando iniciar o processo? Apenas você saberá responder essa questão. As ponderações feitas neste texto são guia para que você e seu filho encontrem seu próprio caminho.
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A amabilidade nas relações familiares é uma habilidade importante para desenvolver a criação com apego e um dos pilares da educação positiva.
Disciplina positiva é um programa baseado no trabalho de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs que tem como objetivo encorajar crianças, adolescentes, casais e colaboradores de empresas a tornarem-se responsáveis, respeitosos, resilientes e com recursos para solucionarem problemas por toda a vida. Mas, nesse texto, vamos tratar deste assunto com foco nas famílias e na criação dos filhos com apego.
Pesquisas recentes atestam que as crianças são “programadas”, desde o nascimento, para estabelecerem conexões com outros indivíduos. Além disso, os estudos evidenciam que crianças que se sentem conectadas à sua comunidade, família e escola tendem a apresentar menos comportamentos inadequados, como a birra infantil, e se relacionarem com mais amabilidade com as pessoas.
A escuta ativa é um dos métodos que funciona dentro da disciplina positiva e foi criado, em 1957, pelos psicólogos norte-americanos Carl Rogers e Richard E. Farson. Parte da ideia de que as crianças estão aprendendo a conviver no mundo dos adultos. Por isso, são os adultos que devem se colocar no nível das crianças para entender melhor o seu universo.
Se pararmos para recordar nossa infância, vamos ter mais chance de compreender melhor o que passa com a criança, e é mais fácil do que ela entender o desconhecido. O problema é que, uma vez adultos, nos esquecemos de que um dia fomos crianças. Deixamos de empatizar com a fase da infância e tendemos a exigir dos pequenos atitudes de adultos, sem muita amabilidade nos nossos atos e falta de afeto.
Como criar uma relação com amabilidade e respeito
Para praticar a escuta ativa não basta escutar o que a criança diz, também se deve atendê-la corporalmente, compreendendo suas preocupações, em um clima de calma. Praticar a escuta ativa significa agachar-se e colocar-se na mesma altura da criança, para poder estabelecer uma comunicação efetiva com ela. A partir desse movimento, nossos filhos sentem que estão sendo escutados, atendidos e amados.
No momento em que nos agachamos, olhamos em seus olhos e lhes falamos, eles percebem como é importante o que estão sentindo ou o que querem dizer. Através dessa linguagem corporal, não verbal, conseguimos que entendam melhor a mensagem que queremos transmitir e evitamos muitas vezes a birra infantil. Além disso, ao entendê-los melhor, empatizamos com o que sentem. E isso se torna uma maneira bastante eficaz de entender e modificar uma conduta inadequada.
A amabilidade, assim como a empatia e a escuta ativa, é um treino e requer dedicação. Assista ao vídeo para refletir um pouco sobre o tema. A Lívia Praeiro é Educadora Parental, especialista em sono infantil e fundadora da 8 Horas.
Criação com apego seguro
Tudo que falamos até aqui são ferramentas da disciplina positiva e da criação com apego que apoiam os pais a criar vínculos com seus filhos, através do entendimento consistente e amoroso das necessidades do bebê. Esse é o carro chefe, mas, no caminho, você acaba ensinando ao seu filho valiosas lições para toda a vida, como empatia e compaixão.
É bom chamar os princípios de ferramentas, porque aí desassocia a falsa impressão de que é preciso seguir todos os princípios para criar com apego. Imagine a criação com apego como uma grande caixa de ferramentas: você avalia cada uma delas e escolhe as que melhor se adequam à sua necessidade e da sua família.
Essas ferramentas ajudam os pais a entender as vivências de seus filhos durante a infância e adolescência. Assim, conseguem demonstrar interesse pelo filho e entender que a birra é uma forma de chamar atenção ou comunicar algo que ele não sabe como expressar por palavras.
Imagine uma pessoa tentando entender algo que nunca vivenciou, ou aprendeu. Muitas vezes é isso que acontece com as crianças. Nesse caso, a amabilidade, a empatia e a escuta ativa são ferramentas que podem ajudar os pais.
O recém-nascido, que acabou de chegar neste mundo novo, começa a ter contato visual e físico com sua mãe. Aos poucos, desenvolve a comunicação com os pais e começa a estabelecer vínculos com as pessoas de seu convívio. Esse bebê tem que ter muito aconchego e afeto para se sentir seguro.
Mas, nesse cenário, questões de livre demanda, cama compartilhada, entre outras, devem ser analisadas de acordo com a necessidade de cada família. Não existe uma regra radical, e sim perceber o que o bebê precisará verdadeiramente para se desenvolver em um ninho de amor e respeito.
E pense também que o objetivo principal aqui é auxiliar a criação de um vínculo de apego seguro entre pais e filhos. Para isso, todos têm que estar receptivos emocionalmente para se dar com o coração. Enquanto que para os pais, isso pode requerer certa disponibilidade emocional, para os bebês é uma questão de sobrevivência: eles têm uma necessidade real de vínculo, para se orientarem e crescerem.
É muito provável que você já tenha ouvido a expressão “criação com apego”, que se trata de um movimento que apoia a criação de vínculos fortes entre pais e filhos.
A ideia por trás da criação com apego é que nossos filhos cresçam cada vez mais saudáveis (tanto física quanto emocionalmente), seguros de si, empáticos, respeitosos e amorosos. O desenvolvimento dessa relação de apego seguro, envolve colo e atenção constantes ao recém-nascido, amamentação em livre demanda, acalento na hora do choro e embalos na hora de dormir, incluindo a cama compartilhada, durante todo o desenvolvimento do bebê.
Segundo a disciplina positiva, essa forma de criação pressupõe que os pais tratem os filhos com carinho. Além de aconchego e afeto, contrariando a ideia de que muita atenção tornaria a criança mais dependente. Pregando que o fortalecimento do vínculo emocional com os filhos faz com que eles cresçam mais seguros e felizes. Portanto, se tornam mais independentes.
O que é criação com apego?
Baseando-se na criação com apego, a organização sem fins lucrativos Attachment Parenting International (API) criou oito princípios que visam orientar e direcionar a criação de relações de apego saudável e seguro entre os pequenos e seus pais. São eles:
Prepare-se física, mental e emocionalmente para a parentalidade.
Isso inclui definir o tipo de parto, que deve ser, prioritariamente, o parto fisiológico, no qual os hormônios do corpo apoiam o aflorar do instinto materno e do vínculo entre a mãe e o bebê.
Sabe-se que o parto normal é desejado por grande parte das mães, mas é fundamental entender que vários fatores contribuirão para definir o parto ideal para cada caso específico, e a forma mal segura de dar à luz.
É importante que se considere ter uma doula, que vai auxiliar nos cuidados com o recém-nascido no período pós-parto, desde o aleitamento materno até os primeiros passos para o desenvolvimento infantil.
É muito importante que os pais estudem sobre os comportamentos esperados para cada etapa do desenvolvimento infantil para que suas expectativas sejam reais e não esperem da criança algo que ela não é capaz de realizar. Os pais devem também olhar para sua própria infância, cuidando de seus traumas para que o ciclo de violência não seja perpetuado. Assim todos seguirão de maneira mais leve e fluida, com mais respeito e dignidade.
Alimente o amor e o respeito na criação com apego
A amamentação é uma oportunidade maravilhosa para a criação de vínculo entre mãe e filho, e deve ser feita por livre demanda. Caso seja introduzida a mamadeira, o bebê deve ser alimentado carinhosamente, preferencialmente pela mãe, olhando-o nos olhos e transmitindo-lhe segurança.
Entendendo que este momento é também de conexão e vínculo, assim como durante a amamentação. O bebê mamará tranquilamente até dar-se por satisfeito, devendo os pais estarem atentos a estes sinais. Após a introdução de alimentos é importante que os pais continuem respeitando os sinais de fome e saciedade da criança, sabendo que ela também está aprendendo e que, portanto, precisa entender os sinais de seu corpo.
Cabe aos pais nesse momento modelar um comportamento alimentar saudável, entendendo que nosso exemplo e vivência em casa são muito mais importantes e que moldarão o comportamento alimentar de nossos filhos.
Em nossa sociedade, com pais trabalhando fora, muitas vezes a hora da refeição é o momento em que todos estão em casa. Tomemos então essa oportunidade para criarmos vínculos com nossos filhos, conversar sobre como foi o dia de todos, sem brigas e julgamentos, tornando a refeição um momento de prazer em que todos querem estar juntos.
Responder com sensibilidade aos comportamentos, sentimentos e reações dos filhos é fundamental para o desenvolvimento de uma relação de apego seguro.
Cada comportamento deve ser considerado esforço de comunicação. Portanto, não deve ser objeto de punição, mas sim de compreensão. Cabe ao adulto buscar a necessidade não atendida que os filhos querem comunicar e ser fonte de equilíbrio emocional para eles.
Porém, muitas vezes essa resposta sensível é difícil e é preciso que os pais se atentem aos seus próprios estados emocionais antes de responder aos filhos. É importante buscar apoio (em pessoas, ferramentas e autocuidado) para estar o mais equilibrado emocionalmente e conseguir responder aos filhos e ajudá-los a se regularem.
O contato físico afetivo estimula os hormônios do crescimento do bebê, podendo contribuir com seu desenvolvimento motor e intelectual. O contato pele a pele com um bebê ajuda em sua regulação de temperatura, respiração e batimentos cardíacos, regulando-os tanto física quanto emocionalmente.
Além disso, os carinhos e massagens durante a amamentação, o banho e outros momentos estreitam o vínculo da criança com os pais. O contato físico em um abraço ou colo transmite ao bebê segurança, assim ele consegue relaxar, tornando-se mais tranquilo e com capacidade de explorar e descobrir o ambiente.
Crianças (e adultos) buscam o conforto de um toque carinhoso, abraço e colo para se sentirem protegidos e amados.
Recomenda-se que os bebês durmam no mesmo quarto que os pais, preferencialmente ao lado da mãe, para que haja resposta imediata a qualquer necessidade que surja durante a noite.
Especialistas neste tipo de criação atestam que as crianças que dormiam ao lado da mãe tinham o sono emocionalmente mais tranquilo quando comparadas a outras crianças, que dormiam desde bebês em quartos apartados.
Alertam, ainda, que ao dormir próxima aos pais, a criança se sente mais protegida contra qualquer perigo e mais segura para se entregar ao sono e dormir melhor. Pratique também a criação com apego fazendo isso.
Cuidado constante e amoroso na criação de apego.
É imprescindível que os pais se façam presentes e assumam o papel de cuidadores principais dos filhos. Isso não significa que não se possa ter ajuda de babás e outros membros da família.
Quando os pais não podem estar com os filhos, é importante que tenham um cuidador amoroso e responsivo e que a relação entre ele e os filhos seja construída com tempo e respeito.
Porém, esse auxílio externo deve ser apoio, sem intervir no processo de parentalidade e sempre no intuito de maximizar o tempo (de qualidade) dos pais com os filhos.
Pratique a disciplina positiva.
A disciplina positiva é a forma de criação baseada no respeito, que busca entender necessidades por trás de comportamentos e guiar de forma amorosa os filhos, através, principalmente, do bom exemplo. Tratar os filhos como crianças em desenvolvimento que são, com empatia, sem violências e castigos.
Tentar entender qual necessidade os filhos comunicam através dos comportamentos é algo que os pais que prezam por relação de apego seguro devem buscar.
Tenha uma vida pessoal e familiar equilibrada.
Entender que as necessidades da criança devem ser uma prioridade, e quanto mais jovem a criança, mais intensas e imediatas suas necessidades. Mesmo assim ela é uma parte do quadro familiar completo que também inclui as necessidades dos pais como indivíduos e como casal, irmãos e a família como um todo.
Encorajam-se os pais a adotarem um estilo de vida mais saudável, com leveza e contando com uma rede de apoio a fim de todos possam ser vistos e atendidos no cenário familiar.
Apesar das correntes controversas, a criação com apego vem conquistando cada vez mais adeptos, na medida em que ajuda os pais a criar vínculos afetivos sólidos com os filhos, que irão guiá-los ao longo de toda a vida.