Como fazer o bebê dormir? Essa é uma das principais dúvidas das mamães! Saiba oferecer uma boa noite de sono para seu filho e, consequentemente, para a toda a família.
O sonho de ter um filho
O tão sonhado filho está a caminho e junto com a alegria, cada família cria seus questionamentos e inseguranças normais desta fase. Antes, a maior preocupação era conseguir engravidar. Depois, nos primeiros meses de vida do bebê, uma enorme ansiedade por saber se ele terá saúde e vida longa para conosco vivenciar tudo o que planejamos por tanto tempo. Esperamos tanto para ter nossos filhos que acumulamos vontades e sonhos, tornando os nove meses de espera em uma quase eternidade.
Estamos vivendo em uma sociedade de poucos filhos. E todos nós temos uma vida bastante atribulada, muitas atividades e pouco tempo para tantos planos. Quando nossos filhos nascem, percebemos que, por mais que busquemos nos entregar de corpo e alma, temos pouco tempo para ficar com eles. Quanta culpa! Como ser pais num mundo tão cheio de ocupações?
Antes, as famílias tinham muitos filhos, mães dedicadas ao lar e pais autoritários e distantes. Hoje o retrato é outro: famílias inteiras debruçadas sobre o berço, admirando o bebê que acaba de nascer. Tão novinhos e já são o centro de tudo. A relação entre pais e filhos têm se transformado por completo, não lembrando nem de longe a relação ‘pais e filhos’ de algumas décadas atrás, dando a sensação que o filho pode tudo. E o relacionamento entre pais também está se transformando com os anos.
Como fazer o bebê dormir?
Pensando nas transformações citadas no trecho anterior, seguimos refletindo sobre o impacto dos vínculos afetivos com a questão de “como fazer o bebê dormir” e ter um sono de qualidade. O grande ponto que transforma a nova relação das famílias modernas é: “Como ter rotina, disciplina e ‘nãos’, se temos tão pouco tempo para curtir nossos filhos?” Se um dos pais abandona a carreira para cuidar do filho, o mesmo questionamento: “Não preciso de rotina e disciplina, afinal tenho todo o tempo do mundo!”
Seja qual for a situação, uma inocente e apaixonada entrega (por algumas horas ou um dia inteiro), transforma a relação entre pais e filhos em uma relação de amizade, quase sem título, sem objetivo, impedindo que algumas habilidades sejam desenvolvidas nos filhos, entre elas, autonomia: a capacidade de dormirem sozinhos e ter qualidade de sono desde a fase de recém-nascido.
Como a vontade de agradar é o foco, não há porque dar abertura a situações difíceis. A comunicação primária do filho, o choro, chega a ser torturante para os pais. Impedem que seus filhos vivenciem frustrações: “Não, não tem porque sofrer, estou aqui para tudo resolver” e se doam, se entregam. O foco não é somente o filho e seu bem-estar, mas também sua completa felicidade. É visto tão de perto que tudo o que o circunda se embaça. Só existe consolo: “Não chore, eu te faço dormir”, “não chore, coma o que gosta”, “não chore, eu compro o que você deseja”!
E assim, há exatamente uma década, surge a profissão de educador do sono. Sinal de que o problema de como fazer o bebê dormir é tão recente quanto este novo contexto. Os pais desejam ser onipresentes e não conseguem. Os filhos desejam conviver mais com os pais, ter uma relação de vínculo, mas a correria do dia a dia os afasta. Os bebês acabam encontrando o horário noturno como oportunidade em estar ao lado dos pais, e os pais, sem perceberem, não propiciam esse momento de qualidade com os filhos, e com a culpa, acreditam que durante a noite acabam por estruturar uma relação de vínculo.
O que ocorre é que os pais impedem que os filhos desenvolvam algumas capacidades, entre elas, sua relação pacífica com o sono e não constroem a relação de vínculo que tanto aspiram. O sonho dos pais passa a ser que o bebê tenha sono de qualidade e que, com uma noite inteira de paz, a família tenha um dia de harmonia. O que não podemos esquecer é que essa boa noite de sono depende da relação de segurança que nossos filhos constroem com os pais ou cuidadores.
E, se os filhos não dormem sozinhos e despertam milhares de vezes durante a noite, surge a privação do sono dos pais. Essa privação tem sido realidade não somente nos primeiros meses de vida dos bebês, mas por anos. Uma demanda desenhada pelos próprios pais. E muitos confessam que seu filho dormia a noite inteira e que por alguma mudança na rotina e no comportamento da família ninguém mais consegue ter uma boa noite de sono. Acredite, o sono pode mudar e muito a qualidade do dia a dia de todos em uma casa. Mude a relação que constrói com seu bebê!
Consultoria do Sono
Como Educadora do Sono, vivenciando a realidade de centenas de famílias nos últimos anos, sugiro que nós pais façamos pequenos ajustes na nossa rotina, no tempo exclusivo aos nossos filhos, e não somente na rotina do bebê, da alimentação e da casa.
Assim, aos poucos, será possível retormar a essência da paternidade. Tenham tempo para o casal, para fazer o que gostam, ou até mesmo para prazeres sem companhia. O importante é estarmos bem para podermos estar bem com nossos filhos! Desta forma, serão filhos menos dependentes, mais autônomos e, como consequência, essa tranquilidade os permite manter esse tempo para vocês.
Permita que os filhos brinquem podendo trocar olhares com você, que tenham tempo livre com você! Deixe de lado o celular por alguns instantes, garantindo um tempo exclusivo aos filhos. Que o colo seja um meio de acalmá-los, não o berço. Estimulem esta capacidade, entenda que a dependência não é o símbolo da relação pai-filho e sim o vínculo. A velha frase “os filhos são criados para o mundo”, faz sentido quando nossa conexão com nossos filhos existem, independente de onde estejam.
Nosso papel é prepará-los para a vida, vivenciar com eles as dificuldades, apontar o norte e nos entusiasmar ao conhecer suas habilidades para resolver seus problemas. Vamos permitir que se desenvolvam por completo. Libertem seus filhos do colo, do carrinho, do balanço. Permita que corram, que achem seu lugar na cama e no mundo! Sabendo que tem você sempre que precisar. Não como uma dependência, mas por desejo!
E enquanto seus filhos dormem, sejam bem-vindos de volta às suas 8 horas de sono!
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