Você sabe o que é terror noturno e como pode ser tratado? Terror noturno é um distúrbio do sono mais comum em crianças, mas pode acometer o adulto. O sono infantil tem muitos segredos que só aparecem com o decorrer do tempo, mas como uma consultoria do sono tudo pode ser resolvido de forma leve e mais consciente para os pais e filhos. Durante a noite podem acontecer episódios de poucos segundos ou minutos, onde a criança pode sentar na cama, gritar, abrir os olhos, correr pela casa, chorar inconsolavelmente, etc. e não acordar, não se lembrando do acontecido no outro dia. O importante é manter a calma para que nada acorde a criança de forma abrupta.
É comum os pais ficarem preocupados, sentir o que chamamos de culpa materna, acreditando que está acontecendo algo muito ruim com seus filhos e, na tentativa de acalmar a criança, acordam e levam o pequeno para dormir com eles, fazendo a cama compartilhada. Nestes casos, não há decisão certa ou errada. Cabe aos pais a decisão do que fazer, conforme os hábitos e sua forma de cuidar dos filhos, para que alivie a culpa materna. No entanto, vale entender o que pode estar acontecendo com a criança, para que a decisão de levá-la ou não para a cama e fazer a cama compartilhada, acordá-la ou não no meio da noite, seja tomada de forma consciente.
Trate o terror noturno por meio da consultoria do sono
A consultoria do sono dá todos os aconselhamentos para que a família se sinta segura e não procure problemas aonde não tem, entendendo mais sobre a fisiologia do sono. Importante, também, é saber diferenciar pesadelo do terror noturno infantil que acontece na fase “Não-REM”. Conforme sugerem os especialistas, se deve provavelmente à imaturidade do sistema nervoso central da criança. Embora os pais possam se assustar, é algo natural e que acontece com algumas crianças. Esse processo de maturação acontece aos poucos, de acordo com o crescimento, tornando os episódios cada vez mais raros, até se extinguir de vez na adolescência.
Os episódios de terror noturno são relativamente comuns em crianças e elas acabam ficando inseguras de dormirem sozinhas, mas as pesquisas sugerem que não há prejuízos na vida delas, ou seja, não vai atrapalhar seu desenvolvimento. Os pais precisam ficar atentos se os episódios de terror noturno, forem muito frequentes, como, por exemplo, todas as noites, mas, se acontecer uma ou duas vezes por semana, é mais provável que seja apenas uma fase. Curiosamente, pesquisas indicam que pais que falam dormindo ou são sonâmbulos, têm mais chances de ter filhos com terror noturno.
É muito provável que você já tenha ouvido a expressão “criação com apego”, que se trata de um movimento que apoia a criação de vínculos fortes entre pais e filhos.
A ideia por trás da criação com apego é que nossos filhos cresçam cada vez mais saudáveis (tanto física quanto emocionalmente), seguros de si, empáticos, respeitosos e amorosos. O desenvolvimento dessa relação de apego seguro, envolve colo e atenção constantes ao recém-nascido, amamentação em livre demanda, acalento na hora do choro e embalos na hora de dormir, incluindo a cama compartilhada, durante todo o desenvolvimento do bebê.
Segundo a disciplina positiva, essa forma de criação pressupõe que os pais tratem os filhos com carinho. Além de aconchego e afeto, contrariando a ideia de que muita atenção tornaria a criança mais dependente. Pregando que o fortalecimento do vínculo emocional com os filhos faz com que eles cresçam mais seguros e felizes. Portanto, se tornam mais independentes.
O que é criação com apego?
Baseando-se na criação com apego, a organização sem fins lucrativos Attachment Parenting International (API) criou oito princípios que visam orientar e direcionar a criação de relações de apego saudável e seguro entre os pequenos e seus pais. São eles:
Prepare-se física, mental e emocionalmente para a parentalidade.
Isso inclui definir o tipo de parto, que deve ser, prioritariamente, o parto fisiológico, no qual os hormônios do corpo apoiam o aflorar do instinto materno e do vínculo entre a mãe e o bebê.
Sabe-se que o parto normal é desejado por grande parte das mães, mas é fundamental entender que vários fatores contribuirão para definir o parto ideal para cada caso específico, e a forma mal segura de dar à luz.
É importante que se considere ter uma doula, que vai auxiliar nos cuidados com o recém-nascido no período pós-parto, desde o aleitamento materno até os primeiros passos para o desenvolvimento infantil.
É muito importante que os pais estudem sobre os comportamentos esperados para cada etapa do desenvolvimento infantil para que suas expectativas sejam reais e não esperem da criança algo que ela não é capaz de realizar. Os pais devem também olhar para sua própria infância, cuidando de seus traumas para que o ciclo de violência não seja perpetuado. Assim todos seguirão de maneira mais leve e fluida, com mais respeito e dignidade.
Alimente o amor e o respeito na criação com apego
A amamentação é uma oportunidade maravilhosa para a criação de vínculo entre mãe e filho, e deve ser feita por livre demanda. Caso seja introduzida a mamadeira, o bebê deve ser alimentado carinhosamente, preferencialmente pela mãe, olhando-o nos olhos e transmitindo-lhe segurança.
Entendendo que este momento é também de conexão e vínculo, assim como durante a amamentação. O bebê mamará tranquilamente até dar-se por satisfeito, devendo os pais estarem atentos a estes sinais. Após a introdução de alimentos é importante que os pais continuem respeitando os sinais de fome e saciedade da criança, sabendo que ela também está aprendendo e que, portanto, precisa entender os sinais de seu corpo.
Cabe aos pais nesse momento modelar um comportamento alimentar saudável, entendendo que nosso exemplo e vivência em casa são muito mais importantes e que moldarão o comportamento alimentar de nossos filhos.
Em nossa sociedade, com pais trabalhando fora, muitas vezes a hora da refeição é o momento em que todos estão em casa. Tomemos então essa oportunidade para criarmos vínculos com nossos filhos, conversar sobre como foi o dia de todos, sem brigas e julgamentos, tornando a refeição um momento de prazer em que todos querem estar juntos.
Responder com sensibilidade aos comportamentos, sentimentos e reações dos filhos é fundamental para o desenvolvimento de uma relação de apego seguro.
Cada comportamento deve ser considerado esforço de comunicação. Portanto, não deve ser objeto de punição, mas sim de compreensão. Cabe ao adulto buscar a necessidade não atendida que os filhos querem comunicar e ser fonte de equilíbrio emocional para eles.
Porém, muitas vezes essa resposta sensível é difícil e é preciso que os pais se atentem aos seus próprios estados emocionais antes de responder aos filhos. É importante buscar apoio (em pessoas, ferramentas e autocuidado) para estar o mais equilibrado emocionalmente e conseguir responder aos filhos e ajudá-los a se regularem.
O contato físico afetivo estimula os hormônios do crescimento do bebê, podendo contribuir com seu desenvolvimento motor e intelectual. O contato pele a pele com um bebê ajuda em sua regulação de temperatura, respiração e batimentos cardíacos, regulando-os tanto física quanto emocionalmente.
Além disso, os carinhos e massagens durante a amamentação, o banho e outros momentos estreitam o vínculo da criança com os pais. O contato físico em um abraço ou colo transmite ao bebê segurança, assim ele consegue relaxar, tornando-se mais tranquilo e com capacidade de explorar e descobrir o ambiente.
Crianças (e adultos) buscam o conforto de um toque carinhoso, abraço e colo para se sentirem protegidos e amados.
Recomenda-se que os bebês durmam no mesmo quarto que os pais, preferencialmente ao lado da mãe, para que haja resposta imediata a qualquer necessidade que surja durante a noite.
Especialistas neste tipo de criação atestam que as crianças que dormiam ao lado da mãe tinham o sono emocionalmente mais tranquilo quando comparadas a outras crianças, que dormiam desde bebês em quartos apartados.
Alertam, ainda, que ao dormir próxima aos pais, a criança se sente mais protegida contra qualquer perigo e mais segura para se entregar ao sono e dormir melhor. Pratique também a criação com apego fazendo isso.
Cuidado constante e amoroso na criação de apego.
É imprescindível que os pais se façam presentes e assumam o papel de cuidadores principais dos filhos. Isso não significa que não se possa ter ajuda de babás e outros membros da família.
Quando os pais não podem estar com os filhos, é importante que tenham um cuidador amoroso e responsivo e que a relação entre ele e os filhos seja construída com tempo e respeito.
Porém, esse auxílio externo deve ser apoio, sem intervir no processo de parentalidade e sempre no intuito de maximizar o tempo (de qualidade) dos pais com os filhos.
Pratique a disciplina positiva.
A disciplina positiva é a forma de criação baseada no respeito, que busca entender necessidades por trás de comportamentos e guiar de forma amorosa os filhos, através, principalmente, do bom exemplo. Tratar os filhos como crianças em desenvolvimento que são, com empatia, sem violências e castigos.
Tentar entender qual necessidade os filhos comunicam através dos comportamentos é algo que os pais que prezam por relação de apego seguro devem buscar.
Tenha uma vida pessoal e familiar equilibrada.
Entender que as necessidades da criança devem ser uma prioridade, e quanto mais jovem a criança, mais intensas e imediatas suas necessidades. Mesmo assim ela é uma parte do quadro familiar completo que também inclui as necessidades dos pais como indivíduos e como casal, irmãos e a família como um todo.
Encorajam-se os pais a adotarem um estilo de vida mais saudável, com leveza e contando com uma rede de apoio a fim de todos possam ser vistos e atendidos no cenário familiar.
Apesar das correntes controversas, a criação com apego vem conquistando cada vez mais adeptos, na medida em que ajuda os pais a criar vínculos afetivos sólidos com os filhos, que irão guiá-los ao longo de toda a vida.