O apego seguro é um dos 4 tipos de apegos presentes na teoria do apego. O conceito de apego seguro surgiu, juntamente com o apego evitante, apego ambivalente e o apego desorganizado, a partir do estudo do vínculo desenvolvido por recém-nascidos com as suas mães e/ou cuidadores.
Os estudos foram iniciados pelo psicanalista John Bowlby, que esteve em contato com crianças órfãs e sem lar que apresentavam muitas dificuldades após a Segunda Guerra Mundial, perante o afastamento compulsório de suas mães. Na teoria, o apego seguro significa um vínculo afetivo ou ligação entre um indivíduo e seu cuidador principal, que responde suas necessidades com assertividade, tornando esse indivíduo seguro e emocionalmente estruturado.
O apego seguro é importante para a qualidade da relação afetiva entre pais e filhos, e a teoria do apego seguro defende que todas as crianças estabelecem algum dos 4 tipos de apego, a depender da relação estabelecida com o cuidador principal.
Nesse post vamos falar sobre os tipos de apego, educação positiva, disciplina positiva, educação parental e sobre como funciona a teoria do apego.
Disciplina positiva
Dentro da criação com apego existem alguns temas interessantes e que devem ser falados. Um deles é a disciplina positiva ou educação positiva.
A neurociência comprova que a criação pautada em autoritarismo ou negligência é danosa para o desenvolvimento neurocortical e emocional das crianças, tornando-as hipervigilantes e prejudicando a sua autoestima.
A disciplina positiva preconiza a comunicação não violenta entre pais e filhos. Ela prega uma abordagem com mais firmeza e gentileza, desenvolvendo o senso de responsabilidade, autonomia, cooperação e respeito por si e pelos outros.
Em paralelo com a educação positiva, o apego seguro preconiza um olhar mais respeitoso com as necessidades das crianças, que devem ser atendidas de maneira gentil, transmitindo uma sensação de segurança, ajudando na manutenção da autoconfiança, independência e da tomada de decisões para lidar com o mundo externo.
A proposta da disciplina positiva envolve uma mudança de paradigma, onde ocorre a migração da cultura autoritária e ancorada no medo para um formato de convivência colaborativa, onde todos são ouvidos, respeitados e desenvolvem um senso de comunidade.
A educação positiva entende que todo comportamento tem uma origem e uma causa. Por isso, torna-se imprescindível entender o porquê de cada comportamento. A criança reflete seus sentimentos em seu comportamento, ou seja, essa é uma forma de comunicação.
Um dos maiores desafios para os pais e/ou cuidadores é a disponibilidade de tempo com “qualidade de presença” para a convivência com os filhos. A rotina diária, as longas jornadas de trabalho, o cansaço e o tempo que dedicamos às telas em geral são fatores que ocupam muito o espaço da convivência em família, sobrando pouca energia para brincadeiras e diálogos.
Dessa forma, precisamos verdadeiramente abrir espaço para as crianças na nossa vida e na nossa rotina, assim elas poderão se sentir pertendentes e amadas, e não um ‘peso’, um estorvo para a família.
Teoria do Apego: conheça os 4 tipos de apego
Um bebê, instintivamente procura uma pessoa para cuidar dele e precisa estar vinculado a alguém para sobreviver. Por exemplo, o bebê não consegue se alimentar sozinho, depende da mãe para conseguir alimentos, calor, proteção, entre outras coisas.
Os relacionamentos interpessoais sustentam-se nas respostas que temos frente às necessidades que sentimos. A necessidade de vínculo e conexão não é sentida apenas por bebês, tanto que a teoria do apego foi estendida aos relacionamentos adultos no final da década de 1980. E os relacionamentos que temos hoje, como adultos, muitas vezes são reflexo do relacionamento que foi desenvolvido conosco pelo cuidador principal, quando ainda éramos bebês e crianças.
A Teoria do Apego apresentada por Bowlby descreve 4 tipos de apego que poderão ser encontrados nas relações:
- Apego seguro
- Apego inseguro – ambivalente
- Apego evitante
- Apego desorganizado
A seguir, vamos explicar as principais características de cada um dos tipos de apego presentes na Teoria do Apego. Assim, você compreenderá as diferenças nas relações estabelecidas a partir de cada tipo de apego e seus impactos no desenvolvimento infantil. Continue a leitura!
Tipos de apego: entenda a diferença
O Apego Seguro é o tipo de apego no qual o cuidador principal é responsivo às necessidades da criança. Consistente em sua capacidade de resposta empática. Ele observa, identifica e atende assertivamente, sempre que possível, as necessidades da criança.
Nas relações de apego seguro os cuidadores estão sensíveis aos estados internos da criança, entendendo a real necessidade por trás de cada comportamento. Esse tipo de relação torna a criança mais integrada, coerente e segura, afinal a resposta recebida foi compatível com a necessidade apresentada. A resposta do cuidador é assertiva e seu comportamento previsível e consistente.
Já em uma relação de apego inseguro – ambivalente, o comportamento do cuidador principal não é previsível. Em algumas situações responde assertivamente, com empatia, porém em outras pode agir de forma não amorosa, ignorando as necessidades da criança.
Ou seja, há inconsistência nos cuidados e a criança fica angustiada com a separação e ambivalente com a reunião, refletindo o comportamento pouco previsível de seus cuidadores.
A relação de apego inseguro é estabelecida quando o cuidador limita o contato físico e o cuidado empático para com a criança. Elas, em função desse pouco contato com o cuidador, mostram-se pouco angustiadas quando há uma separação e não afetuosas quando se reencontram. Começam a negar o contato com o cuidador, se afastando, pois, esperar por essa proximidade na relação e não ter pode ser fonte de sofrimento.
Um ambiente doméstico muito caótico, desorganizado e inconsistente em relação ao comportamento dos cuidadores, constrói uma relação de apego desorganizado e inseguro. Neste relacionamento a criança mostra-se angustiada com a separação e com o reencontro, combinando os comportamentos resistente e evitável (desviando-se do contato com o cuidador). Uma criança em apego desorganizado e inseguro está em sofrimento.
A relação que construímos com nossos filhos terá aspectos de algumas das formas de apego, não apenas de apego seguro, pois como seres humanos, somos inevitavelmente falhos, especialmente quando fomos criados sob a tutela do autoritarismo.
Por isso, é importante que sejamos cada vez mais conscientes em nossa parentalidade, sabendo qual relação estamos construindo com nossos filhos e suas consequências. Precisamos buscar cada vez mais estarmos em uma relação de apego seguro, entendendo que a cada dia é uma nova oportunidade de reescrever nossas relações. Precisamos transformar o olhar para nossos filhos, tão frágeis e dependentes do nosso amor e equilíbrio emocional.
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Assista também ao vídeo da Lívia Praeiro sobre o apego seguro:
Lívia Praeiro é Educadora Parental, especialista em sono infantil e fundadora da 8 Horas. Siga a 8 Horas no Instagram e acompanhe mais novidades.