A amabilidade nas relações familiares é uma habilidade importante para desenvolver a criação com apego e um dos pilares da educação positiva.
Disciplina positiva é um programa baseado no trabalho de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs que tem como objetivo encorajar crianças, adolescentes, casais e colaboradores de empresas a tornarem-se responsáveis, respeitosos, resilientes e com recursos para solucionarem problemas por toda a vida. Mas, nesse texto, vamos tratar deste assunto com foco nas famílias e na criação dos filhos com apego.
Pesquisas recentes atestam que as crianças são “programadas”, desde o nascimento, para estabelecerem conexões com outros indivíduos. Além disso, os estudos evidenciam que crianças que se sentem conectadas à sua comunidade, família e escola tendem a apresentar menos comportamentos inadequados, como a birra infantil, e se relacionarem com mais amabilidade com as pessoas.
A escuta ativa é um dos métodos que funciona dentro da disciplina positiva e foi criado, em 1957, pelos psicólogos norte-americanos Carl Rogers e Richard E. Farson. Parte da ideia de que as crianças estão aprendendo a conviver no mundo dos adultos. Por isso, são os adultos que devem se colocar no nível das crianças para entender melhor o seu universo.
Se pararmos para recordar nossa infância, vamos ter mais chance de compreender melhor o que passa com a criança, e é mais fácil do que ela entender o desconhecido. O problema é que, uma vez adultos, nos esquecemos de que um dia fomos crianças. Deixamos de empatizar com a fase da infância e tendemos a exigir dos pequenos atitudes de adultos, sem muita amabilidade nos nossos atos e falta de afeto.
Para praticar a escuta ativa não basta escutar o que a criança diz, também se deve atendê-la corporalmente, compreendendo suas preocupações, em um clima de calma. Praticar a escuta ativa significa agachar-se e colocar-se na mesma altura da criança, para poder estabelecer uma comunicação efetiva com ela. A partir desse movimento, nossos filhos sentem que estão sendo escutados, atendidos e amados.
No momento em que nos agachamos, olhamos em seus olhos e lhes falamos, eles percebem como é importante o que estão sentindo ou o que querem dizer. Através dessa linguagem corporal, não verbal, conseguimos que entendam melhor a mensagem que queremos transmitir e evitamos muitas vezes a birra infantil. Além disso, ao entendê-los melhor, empatizamos com o que sentem. E isso se torna uma maneira bastante eficaz de entender e modificar uma conduta inadequada.
A amabilidade, assim como a empatia e a escuta ativa, é um treino e requer dedicação. Assista ao vídeo para refletir um pouco sobre o tema. A Lívia Praeiro é Educadora Parental, especialista em sono infantil e fundadora da 8 Horas.
Tudo que falamos até aqui são ferramentas da disciplina positiva e da criação com apego que apoiam os pais a criar vínculos com seus filhos, através do entendimento consistente e amoroso das necessidades do bebê. Esse é o carro chefe, mas, no caminho, você acaba ensinando ao seu filho valiosas lições para toda a vida, como empatia e compaixão.
É bom chamar os princípios de ferramentas, porque aí desassocia a falsa impressão de que é preciso seguir todos os princípios para criar com apego. Imagine a criação com apego como uma grande caixa de ferramentas: você avalia cada uma delas e escolhe as que melhor se adequam à sua necessidade e da sua família.
Essas ferramentas ajudam os pais a entender as vivências de seus filhos durante a infância e adolescência. Assim, conseguem demonstrar interesse pelo filho e entender que a birra é uma forma de chamar atenção ou comunicar algo que ele não sabe como expressar por palavras.
Imagine uma pessoa tentando entender algo que nunca vivenciou, ou aprendeu. Muitas vezes é isso que acontece com as crianças. Nesse caso, a amabilidade, a empatia e a escuta ativa são ferramentas que podem ajudar os pais.
O recém-nascido, que acabou de chegar neste mundo novo, começa a ter contato visual e físico com sua mãe. Aos poucos, desenvolve a comunicação com os pais e começa a estabelecer vínculos com as pessoas de seu convívio. Esse bebê tem que ter muito aconchego e afeto para se sentir seguro.
Mas, nesse cenário, questões de livre demanda, cama compartilhada, entre outras, devem ser analisadas de acordo com a necessidade de cada família. Não existe uma regra radical, e sim perceber o que o bebê precisará verdadeiramente para se desenvolver em um ninho de amor e respeito.
E pense também que o objetivo principal aqui é auxiliar a criação de um vínculo de apego seguro entre pais e filhos. Para isso, todos têm que estar receptivos emocionalmente para se dar com o coração. Enquanto que para os pais, isso pode requerer certa disponibilidade emocional, para os bebês é uma questão de sobrevivência: eles têm uma necessidade real de vínculo, para se orientarem e crescerem.
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